Página Inicial > Cultura > Arte Educação > V Seminário Sesc Etnicidades debate cultura, sustentabilidade, futuro, criatividade e contribuição das tecnologias ancestrais para o bem-estar social
Com palestras e apresentações musicais, o evento ocorre na Bahia de 11 a 13 de setembro. As inscrições são gratuitas e sujeitas à lotação.
O respeito à diversidade étnica e a valorização das manifestações culturais afro-brasileiras e indígenas estarão em debate no V Seminário Sesc Etnicidades, que acontece de 11 a 13 de setembro, em Porto Seguro (BA). Com todas as atividades gratuitas, a iniciativa tem como tema “Tsaēhú ūpú korihé txó hiáb – a arte de cuidar do mundo”, que foi escolhido por representar a proposta do evento em língua Patxohã, do povo Pataxó, etnia que habita historicamente o Sul da Bahia. Durante o evento, serão realizadas palestras, vivências em aldeias e apresentações musicais em diferentes pontos da cidade. As inscrições podem ser realizadas em https://forms.office.com/r/9tgkcL54Y8 a partir do dia 30 de agosto.
“O Sesc reconhece o papel das tecnologias ancestrais nas práticas criativas e na promoção do bem-estar das comunidades indígenas e negras. O Sesc Etnicidades promove um rico aprendizado a partir dessas vivências e evidencia o legado dessas populações para o país, um patrimônio imaterial, memória que constitui nossa história”, afirma Janaína Cunha, Diretora de Programas Sociais do Departamento Nacional do Sesc.
O V Seminário Sesc Etnicidades mostra a integração entre arte, conhecimentos tradicionais, direitos culturais e desenvolvimento sustentável e sintetiza as trocas artísticas e culturais que estão no Identidades Brasilis, projeto do Sesc realizado em diversos estados durante todo o ano. Tem o propósito de valorizar, fortalecer e difundir a produção artística de pessoas indígenas e negras no país, por meio de programações culturais e educativas.
PROGRAMAÇÃO
No primeiro dia, uma conferência traz questões sobre o futuro do planeta, com Amanda Costa (SP), embaixadora do Conselho Jovem do Pacto Global da ONU, e Tainá Marajoara (PA), pesquisadora indígena que trabalha pelo reconhecimento da cultura alimentar como expressão cultural. Haverá também uma apresentação de canto e a dança da comunidade Pataxó.
O segundo dia terá a manhã dedicada a uma vivência na aldeia afroindígena Juerana, além de atividades na Reserva Pataxó da Jaqueira, como um debate com as pesquisadoras baianas Adriana Pesca e Dyane Brito sobre percursos, abordagens e fazeres de uma educação centrada na valorização de conhecimentos e saberes indígenas e negros, de ontem e de hoje. De noite, o público confere um cortejo com as Nagôs de Belmonte, primeiro grupo afro carnavalesco da cidade de Belmonte (BA), além do show da cantora Juliana Ribeiro e o Samba de Roda das Marisqueiras (BA).
O terceiro dia traz conversas sobre a produção artística de autoria negra e indígena no país (com Deri Andrade e Arissana Pataxó), exibição de filme e bate-papos sobre memória (com Edson Kayapó e Fernanda Kaingáng) e protagonismo feminino na elaboração de estratégias de futuros sustentáveis (com Morena Mariah e Mestra Janja). O dia se encerra com o espetáculo musical Raízes do Axé, que celebra a cultura africana, no Espaço Cultural Mandala, movimento de aquilombamento Café dus Pretus.
Identidade Brasilis
Realizado em diversos estados brasileiros, como Acre, Alagoas, Distrito Federal, Maranhão, Pará, Paraná, Pernambuco, Piauí, Rio de Janeiro, Rio Grande do Norte, Rondônia, Roraima, Santa Catarina, São Paulo, Tocantins e Bahia, o projeto valoriza e fortalece as culturas indígenas e negras – por meio de programações culturais e educativas. São seminários, vivências, apresentações artísticas, debates, bate-papos e muitas atividades para promover o intercâmbio de saberes entre os participantes. A iniciativa é centrada no efetivo protagonismo de pessoas indígenas e negras na composição dos diálogos, das reflexões e das práticas artísticas da instituição. As ações são desenvolvidas a partir dos temas arte e cultura, territórios e memórias, histórias e patrimônios, identidade e diversidade cultural, modos de vida e políticas sociais, desenvolvimento humano e social.
SERVIÇO:
V SEMINÁRIO SESC ETNICIDADES 11 a 13 de setembro Evento gratuito – sujeito à lotação dos espaços Inscrições: https://forms.office.com/r/9tgkcL54Y8 Programação completa em www.sescbahia.com.br
Locais dos debates e shows Sesc Porto Seguro Rua Helena Maria de Paula, 145 – Loteamento-Parque Residencial Ecológico Joao Carlos Espaço Mandala Rua Luís Viana Filho 59
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Programação completa
18h– Awê Pataxó – Apresentação de canto e a dança da comunidade Pataxó, com demonstração da relação com a natureza mãe por meio de vestes, trajes, sons dos animais e da floresta. Local: Teatro Sesc Porto Seguro
18h30 – Abertura
19h – Conferência: “A arte de cuidar do mundo”, com Amanda Costa (SP) + Tainá Marajoara (PA) – Mediação Patrícia Figueiredo (DR/BA)
Local: Teatro Sesc Porto Seguro
12/9/2024
Vivências externas – Intercâmbio cultural
8h30 às 11h30 – Vivência Aldeia Afroindígena Juerana – mediação do DR/PE
A vivência na aldeia afro-indígena Juerana, conduzida pela Cacica Yamani e pelos jovens da aldeia, contemplará o ritual de acolhimento com cantos e danças sagradas, visita à oca de artesanatos e realização de trilha ecológica.
12h às 13h30 – Almoço em Coroa Vermelha.
14h às 15h – Visita à Reserva Pataxó da Jaqueira – mediação do DR/PA
Os visitantes serão conduzidos pelos principais pontos da aldeia, incluindo a Casa de Memória, viveiro de plantas nativas, escola indígena, visita ao Kijeme do Pajé e ao Kijeme de artesanatos.
15h30 – Areneá “Educação antirracista e confluências afroindígenas”, com Adriana Pesca (BA) + Dyane Brito Reis (BA) – Mediação Leonardo Moraes (DN)
Local: Reserva Pataxó da Jaqueira
As educadoras debaterão questões étnicas, crítico e raciais que perpassam por perspectivas indígenas e negras, considerando percursos e abordagens educativas, vetores de sustentabilidade e criatividade, desenvolvidos por indígenas e negros.
18h30 – Cortejo com Nagôs de Belmonte
Cortejo com o primeiro grupo afro carnavalesco da cidade de Belmonte (BA). O afoxé das Nagôs já conta mais de 70 anos, organizadas sob a liderança de Mestra Dezinha.
19h – Apresentação musical, com Juliana Ribeiro e Samba de Roda das Marisqueiras (BA)
O show irá reunir Juliana Ribeiro – cantora, compositora, multi-instrumentista, diretora artística e pesquisadora da música afro diaspórica no mundo – e o grupo cultural de Samba de Roda criado pela Associação das Marisqueiras e Pescadoras de Belmonte (AMPB) que “brinca” de samba quase como uma prática política para a continuidade do trabalho de pesca.
13/9/2024
09h às 10h30 – Areneá “Produções Artísticas dos plurais brasis”, com Deri Andrade (AL) + Arissana Pataxó (BA) – Mediação de Ana Carolina Maciel (DN)
Espaço vai promover reflexões sobre o cenário múltiplo da produção de arte brasileira com foco nas poéticas, representatividade, desafios e potencialidades. Vai difundir também a rica produção de autoria negra e indígena no país, suas contribuições artísticas e históricas em âmbito nacional e internacional.
11h às 12h20 – Exibição de filmes do CineSesc
Filme: Uýra – A Retomada da Floresta
Direção: Juliana Curi
Documentário, 2022.
Sinopse: Uýra, artista indígena viaja pela floresta amazônica em uma jornada de autodescoberta usando arte performática para ensinar jovens indígenas e ribeirinhos que eles são os guardiões das mensagens ancestrais da floresta amazônica.
Duração: 70 minutos
Classificação: 18 anos
14h às 15h30 – Areneá “Memória pra quê/quem?”, com Edson Kayapó (AP) + Fernanda Kaingáng (RS) – Mediação de Ana Caroline Araújo (DN)
Refletir, por meio do areneá, sobre a memória e o patrimônio cultural dos povos indígenas, seu papel fundamental como guardiões das florestas, da biodiversidade e a sua centralidade nas discussões climáticas globais.
15h30 às 17h – Areneá “Somos ancestrais do futuro”, com Morena Mariah (RJ) + Mestra Janja (BA) – Mediação de Ademildes Filho (DN)
Discutir a interseção entre passado, presente e o protagonismo feminino na elaboração de estratégias de futuros sustentáveis e de práticas cotidianas equitativas é nossa intenção, reconhecendo o papel fundamental das culturas afrodiaspóricas para a construção de uma sociedade justa e democrática.
17h30 – Encerramento Café dus Pretus + Apresentação Cultural Raízes do Axé.
Local: Espaço Mandala
Movimento de aquilombamento, o Café dus Pretus tem por objetivo realizar confraternizações eventuais entre pessoas negras para promover o sentimento de pertencimento, coletividade e orgulho negro.
Tendo à frente o Pai Ujuraí, o babalorixá Mutácutalegim, Raízes do Axé é um espetáculo de música que celebra a cultura africana como forma de combate ao racismo religioso e como legado na formação do povo brasileiro. Tambores, vozes, cantos, textos históricos e lendas, filosofia Yorubá, adereços, figurinos representativos de orixás e perfumes são alguns dos elementos utilizados no espetáculo Raízes do Axé que ressaltam a força da cultura africana na formação dos cultos afro-brasileiros.
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