A Festa Literária Internacional de Paraty (FLIP) destaca-se como um dos eventos literários mais importantes do Brasil, atraindo anualmente milhares de amantes da literatura. Cafés Literários, contação de histórias, música, lançamentos e debates, fizeram parte das atividades do Sesc na Flip, que reuniu milhares de pessoas durante os quatro dias de evento.
Com uma programação diversa e pensada para toda a família, o Sesc buscou oferecer uma variedade de experiências às pessoas em seus três espaços de Paraty: no Sesc Santa Rita e na Casa Edições Sesc, localizadas no Centro Histórico da cidade, e na unidade móvel BiblioSesc, que se instalou Areal de Pontal.
“As ações do Sesc nessa Flip reforçam o amor e o compromisso da instituição com a promoção da literatura brasileira contemporânea, ao mesmo tempo em que pretende ampliar as trocas e colaborações internacionais. Neste ano, dedicamos mais atividades para o público infantil e infanto-juvenil como forma de incentivar o debate sobre o hábito da leitura desde as primeiras idades e abrimos espaço para a discussão da literatura na América Latina, reafirmando o Sesc como uma instituição dedicada à promoção da literatura e da cultura em um sentido mais amplo e inclusivo”, destaca Janaina Cunha, Diretora de Programas Sociais do Departamento Nacional do Sesc. E completa “Com muito orgulho, vamos recebemos em nossa programação os novos talentos literários revelados pelo Prêmio Sesc de Literatura, em que tivemos recorde com mais de 2,7 mil inscrições nesse ano. Esse projeto tão importante celebra a literatura e demonstra o empenho contínuo do Sesc com a cultura”.
Sesc na Flip: Prêmio Sesc de Literatura revela novos talentos
A programação também contou com um momento para celebrar e apresentarmos os vencedores do Prêmio Sesc de Literatura 2024: Ricardo Mauricio Gonzaga (ES), autor do romance Bololô: gaiola vazia; Patricia Lima (SP), autora do livro de contos A glória dos corpos menores; e Antonio Veloso Maia, autor do livro de poesias Contra a parede. Os vencedores da categoria Conto e Romance estiveram no Sesc Santa Rita para falar de suas obras, que serão lançadas pela editora Senac Rio no dia 3 de dezembro, com tiragem de 2 mil exemplares. O projeto contou, nesse ano, com novidades como a inclusão de uma nova categoria, Poesia, e premiação em dinheiro no valor de R$ 30 mil.
Sesc na Flip: Cafés Literários discutiram dilemas contemporâneos
A participação do Sesc na FLIP é marcada por uma série de atividades que vão muito além da literatura tradicional. Os debates literários promovidos pela instituição trouxeram discussões profundas sobre a sociedade contemporânea.
A mesa Ecos da periferia: narrativas urbanas na literatura contemporânea contou com a presença de Geovani Martins, autor de ‘O sol na cabeça’, livro de contos que narra a infância e a adolescência de moradores de favela e está sendo adaptado como série. Ao seu lado esteve o escritor gaúcho José Falero, autor de ‘Mas em que mundo tu vive?’, livro de crônicas sobre a vida nas periferias, o mundo do trabalho, o racismo e a vontade de pensar em outro Brasil.
Outros temas como infância, ancestralidade e memória também foram abordados em diversas ocasiões. Você pode conferir a íntegra de todas as mesas em nosso canal do Youtube, clicando aqui
Sesc na Flip: Casa Edições Sesc trouxe debate sobre inteligência artificial
Na abertura da programação, a Casa Edições Sesc promoveu a mesa “Inteligência artificial, redes e democracia”, com o sociólogo Sergio Amadeu da Silveira e a cientista da computação e ativista Nina da Hora. A mediação foi conduzida pelo professor Rodolfo Avelino, da área de Engenharia da Computação e Ciência da Computação do Insper. No encontro, eles falaram sobre como a Inteligência Artificial, tem tanto um pontencial positivo, como tem seus riscos discriminatórios e suas práticas de uso na guerra e na produção de desinformação em massa.
A atriz, diretora, dramaturga e cantora Beth Goulart e a diretora, roteirista, curadora e produtora, além de organizadora do livro Antonio Abujamra: rigor e caos, Marcia Abujamra conversaram sobre a extensa e múltipla produção do diretor, ator e apresentador, mediadas por Aimar Labaki.
Outro destaque da programação foi a mesa “Filosofia para tempos extremos”, com a filósofa Marcia Tiburi e Jamil Chade. O debate é baseado em “Pop Filosofia”, que dá título à coleção e ao primeiro livro de Tiburi, recém-lançado em coedição pelas Edições Sesc e a editora Nós. A mediação é da diretora da Nós, a também escritora Simone Paulino.
Sesc na Flip: o BiblioSesc e lançamento de revista especial da Turma da Mônica
A unidade móvel do BiblioSesc levou cerca de 3 mil obras para a Flip deste ano. No entorno do veículo, foi montada uma estrutura com tendas e pufes onde o público pode mergulhar no mundo das letras, seja retirando os exemplares e lendo no local, seja participando de uma programação intensa projetada para o período.
Além disso, o Sesc lançou o livro “Laboratório Sesc de Narrativas Femininas”, a revista de artes “Paquetá” e o gibi “O que aconteceu no Limoeiro?”, esta última uma publicação assinada pelo Instituto Maurício de Souza dirigida ao público infantil com lições lúdicas sobre cuidados preventivos em saúde mental, com foco no uso demasiado de telas digitais.
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Reconhecido como uma importante porta de entrada para o mercado editorial, o Prêmio Sesc de Literatura trouxe nessa edição, além de escritores estreantes nas categorias Romance e Conto, um novo autor em Poesia. A estreia do gênero literário no projeto fez com que o número de inscrições quase duplicasse – 2.731 obras inscritas, sendo 1.427 livros de poesia, 656 de contos e 648 romances – comprovando a demanda do mercado.
O romance Bololô: gaiola vazia, de Ricardo Mauricio Gonzaga (ES); a coletânea de contos A glória dos corpos menores, de Patrícia Lima (SP), e o livro de poesias Contra a parede, de Antonio Veloso Maia (RJ), foram os vencedores este ano.
Conversamos com os premiados para conhecer um pouco mais de suas obras e trajetórias literárias:
Ricardo Mauricio Gonzaga – Professor do Departamento de Artes Visuais e do Programa de Pós-graduação em Artes da Universidade Federal do Espírito Santo (UFES) há 22 anos, o carioca Ricardo Maurício divide seu tempo entre Rio de Janeiro e Vitória. Aos 66 anos, ele traz no currículo uma vasta experiência em Artes, com ênfase em Artes Plásticas, atuando em temas como imagem, corpo, tempo, performance, arte pública e processos da criação. É também ator e já escreveu para teatro. Na literatura, sua incursão inicial foi com contos. “Fui finalista duas vezes do Prêmio Sesc de Literatura na categoria Conto. Em 2022 publiquei a coletânea Sobrenome Perigo por meio de um edital da Secretaria de Cultura do Espírito Santo. O romance Bololô – gaiola vazia nasceu a partir do primeiro conto desse livro”, conta o autor.
Bololô – gaiola vazia é uma narrativa intensa e envolvente que acompanha a vida de Roque Perigo e seus irmãos. Um relato visceral sobre uma família lidando com traumas e a luta para encontrar sentido em meio à dor e à violência. “É um romance diferente, que tem um lado de realismo imaginário e uma linguagem sucinta, herdada do conto”, explica. Sobre a conquista, é categórico: “Sem dúvida, é uma oportunidade inigualável. Porque você até pode publicar um livro por uma editora, mas ganhar o Prêmio Sesc dá um destaque de ser ‘o livro de romance’”, concluiu.
Patricia Lima – Formada em Letras e funcionária da Unesp de Bauru, Patricia Lima, 38 anos, já é uma antiga conhecida do universo literário. É autora do livro de poesias O amor é um solo de jazz, publicado pela Editora Patuá, e coordena um clube de leitura chamado Cevadas Literárias, que leva o debate sobre obras literárias para os bares da cidade. A autora que gosta de passar o tempo com seus gatos Frida e Bento, conheceu o Prêmio Sesc de Literatura com o livro de “Réveillon e outros dias”, de Rafael Gallo, em 2012. “Desde então minha lista de admirações só cresceu, incluindo nomes como Juliana Leite, Tobias Carvalho, Marta Barcellos e Tônio Caetano”.
“A glória dos corpos menores” é um livro de 11 contos que perpassam temas como envelhecimento, solidão, pessoas em situação de invisibilidade e/ou apenas sujeitos vivendo experiências extremas no silêncio de sua humanidade. “Há tópicos como suicídio, feminicídio e o desejo na velhice, mas estes não são o foco central – o verdadeiro fundamento reside nos personagens e em sua complexa relação com a existência”, descreve. E se emociona ao falar da conquista: “Receber a notícia de que meu livro foi premiado foi um momento inesquecível.
Chorei no pátio entre os Departamentos da Unesp (onde trabalho), completamente extasiada por saber que meu livro foi lido e reconhecido por pessoas tão qualificadas”, contou. “Na minha opinião, o Prêmio Sesc é o mais relevante para autores estreantes no Brasil. Sua estrutura é impecável, com o envolvimento de profissionais altamente qualificados e experientes em literatura e divulgação. Oferece a oportunidade de publicação e garante circulação pelo Brasil para a divulgação. Ou seja, aproxima o escritor do seu objetivo principal: a palavra. O que mais um escritor pode querer?”.
Antonio Veloso Maia – Um leitor, um cinéfilo, avô de Julia e Junior. É dessa forma que o servidor público da Prefeitura do Rio de Janeiro Antonio Veloso Maia se descreve. Mas do alto de seus 73 anos, ele tem muitas outras histórias para contar. Nascido em São Fidélis, no Norte fluminense, ele viveu os anos 1990 no Ceará. Lá participou de vários concursos literários promovidos no estado. Conheceu o Prêmio Sesc de Literatura ainda nos primeiros anos do projeto e tem em sua biblioteca o premiado A secretária de Borges, de Lucia Bettencourt. Mas essa foi a primeira vez que participou do concurso. “Tinha visto o resultado, com mais de 1,4 mil inscritos e pensei: caramba, é muita coisa. Estar entre os 20 finalistas já era um retorno legal”, pensou, antes de saber que iria mais além, se tornando o primeiro vencedor na categoria Poesia.
Antonio também surpreende na maneira de escrever. Contra a Parede é uma coleção de poemas que explora temas de introspecção, linguagem e o desconforto existencial. A obra desafia as convenções poéticas e ortográficas, apresentando uma linguagem que dialoga com referências literárias e culturais variadas, enquanto expressa uma profunda reflexão sobre a vida, a arte e as limitações da linguagem. Convida o leitor a uma leitura atenta e reflexiva, desafiando-o a confrontar as “paredes” que limitam a compreensão e a expressão.
A avaliação final do Prêmio Sesc de Literaura ficou por conta de uma comissão especializada formada pelos escritores Luis Antonio Assis Brasil, Socorro Acioli, Cidinha da Silva, Veronica Stigger, Ana Martins Marques e Bruna Beber. “Participar desse júri foi, antes de tudo, tomar contato com um painel da literatura brasileira de nossos dias, com seus múltiplos temas, sua diversidade cultural e, sim, constatei que estamos muito bem, que nossa literatura pulsa mais do que nunca”, declarou Assis Brasil, um dos responsáveis pela seleção do romande Bololô – gaiola vazia, que classificou como ‘um belíssimo achado’.
Jurada na categoria Conto, a escritora Verônica Stigger teve sentimento semelhante em relação ao livro A glória dos corpos menores. “É um livro que pega o leitor. Patrícia Lima mostra que sabe narrar ao prender nossa atenção, ao nos fazer ver as coisas a partir de um ponto de vista não usual, ao deixar, muitas vezes, os finais em suspensão”, conclui.
A poeta Ana Martins Marques, jurada na categoria Poesia, assinalou a importância de premiações destinadas a novos escritores. “Acho muito importante a existência de premiações voltadas para autores estreantes, que abrem oportunidades para pessoas que nunca publicaram. Minha própria trajetória pública como poeta começou com uma premiação voltada para autores inéditos”, contou. Sobre o livro vencedor Contra a parede ela ressalta suas “muitas referências literárias com um trabalho de linguagem próximo da montagem, explorando a sonoridade das palavras, o corte do verso e o espaço da página para tratar da memória”.
Informamos que o resultado referente à categoria Poesia da edição 2024 do Prêmio Sesc de Literatura foi impugnado. O candidato selecionado, apesar de ter inscrito uma obra inédita, já tinha um livro de poesia publicado em 2023, o que infringe o item 2 do artigo 2 do edital, que prevê que: “O/A candidato/a, bem como sua obra, deverá ser inédito para qualquer categoria em que se inscrever, podendo ter até um livro publicado em outra categoria do Prêmio Sesc de Literatura.”
Dessa forma, conforme avaliação da comissão julgadora final, o vencedor do Prêmio Sesc de Literatura 2024 na categoria Poesia passa a ser Antonio Veloso Maia, 73 anos, morador de Niterói (RJ), com o livro Contra a Parede.
O Prêmio Sesc de Literatura anuncia os vencedores da edição 2024: o romance Bololô: gaiola vazia, de autoria de Ricardo Mauricio Gonzaga (ES); o livro de contos A glória dos corpos menores, de Patricia Souza de Lima (SP), e o livro de poesias Contra a parede, de Antonio Veloso Maia (RJ). As obras foram selecionadas entre 2.731 inscritas, sendo 1.427 livros de poesia, 656 de contos e 648 romances. Outros quatro escritores receberam menção honrosa, duas na categoria romance, uma em conto e uma em poesia. A avaliação final ficou por conta de uma comissão especializada formada pelos escritores Luis Antonio Assis Brasil, Socorro Acioli, Cidinha da Silva, Veronica Stigger, Ana Martins Marques e Bruna Beber.
Os vencedores
Vencedor na categoria Romance, Ricardo Mauricio Gonzaga tem 66 anos e é professor do Departamento de Artes Visuais e do Programa de Pós-graduação em Artes da Universidade Federal do Espírito Santo (UFES). Tem experiência na área de Artes, com ênfase em Artes Plásticas, atuando em temas como imagem, corpo, tempo, performance, arte pública e processos da criação. Seu romance Bololô: gaiola vazia explora a complexidade das relações familiares e o impacto das ações e omissões dos pais na vida dos filhos.
Na categoria Conto, foi selecionada a obra de Patricia Souza de Lima, 38 anos, moradora de Bauru (SP). Graduada em Letras com especialização em Linguagem, Cultura e Mídia, Patricia é idealizadora e coordenadora do grupo de leitura bauruense Cevadas Literárias e autora do livro de poesia O amor é um solo de jazz. No livro A glória dos corpos menores aborda temas como solidão, envelhecimento, desigualdade social e os pequenos momentos de conexão que definem a existência humana.
Na categoria Poesia, que estreia nessa edição do Prêmio Sesc de Literatura, o vencedor foi Antonio Reynaldo Veloso Maia, de 73 anos, morador de Niterói (RJ). Seu livro Contra a parede é uma coleção de poemas que explora temas de introspecção, linguagem e o desconforto existencial. A obra desafia as convenções poéticas e ortográficas, apresentando uma linguagem que dialoga com referências literárias e culturais variadas, enquanto expressa uma profunda reflexão sobre a vida, a arte e as limitações da linguagem.
Como forma de destacar o público prioritário do Sesc, essa edição do Prêmio Sesc de Literatura concedeu menção honrosa aos concorrentes declarados trabalhadores do comércio de bens, serviços e turismo, que tiveram suas obras como finalistas. Os contemplados com o reconhecimento foram: Oly Cesar Wolf, 50 anos, do Paraná, com o romance Inventário da parede; Matheus Wilson de Oliveira Rodrigues, 37 anos, de São Paulo, com o romance 1 copo de sal; Mônica Karine da Silva, 33 anos, de São Paulo, com o livro de contos Onde se pede a carne; e Ruan Gabriel Belo da Silva, 21 anos, de Pernambuco, com o livro de poesias Codorna.
Os vencedores terão suas obras publicadas pela editora Senac Rio, com tiragem inicial de 2 mil exemplares para cada categoria, e também receberão um prêmio em dinheiro no valor de R$ 30 mil. O lançamento dos novos títulos está previsto para o final do ano.
Sobre o Prêmio
Ao oferecer oportunidades a novos escritores, o Prêmio Sesc de Literatura impulsiona a renovação no panorama literário brasileiro e enriquece a cultura nacional. Em sua 21ª edição, se tornou uma das mais importantes premiações do país, sendo hoje considerado referência por críticos literários, escritores brasileiros e visto como grande porta de entrada para o mercado editorial no Brasil.
O Sesc, instituição reconhecida por seu compromisso com a promoção e difusão da cultura brasileira em todas as suas formas, reitera seu papel fundamental na valorização dos talentos literários do país. Desde sua fundação, há mais de sete décadas, a entidade tem desempenhado um papel crucial na construção e fortalecimento da identidade cultural brasileira, sendo hoje uma referência tanto nacional quanto internacionalmente.
O Prêmio Sesc de Literatura tem sido um dos pilares desse trabalho, refletindo as diversas questões e temáticas relevantes para a sociedade. Racismo, questões ambientais, diversidade de gênero e fatos históricos são temas que compõem muitas das obras premiadas nos 20 anos de existência do projeto, proporcionando ao público uma reflexão profunda sobre nossa realidade.
Em 2024, o Prêmio Sesc de Literatura adota um formato ampliado e repleto de novidades, aprimorando sua missão de impulsionar a renovação no panorama literário brasileiro, enriquecer a cultura nacional e promover a diversidade de vozes literárias.
Nesse contexto, o Sesc desmente veementemente os rumores infundados e informações falsas sobre qualquer tentativa de censura em relação ao livro “Outono de Carne Estranha”, do autor Airton Souza, vencedor da edição de 2023, bem como possíveis modificações no edital que viessem a propiciar o cerceamento na liberdade de escolha das obras selecionadas. Além disso, reitera a realização do Circuito dos Vencedores, com a participação dos premiados Airton Souza e Bethania Pires Amaro, que será iniciado nos próximos meses.
O Prêmio Sesc de Literatura sempre foi pautado pela imparcialidade, com decisões soberanas de comissões julgadoras formadas por escritores renomados, que selecionam as obras com base exclusivamente na qualidade literária. No edital da edição 2024 do projeto, já disponível em nosso site oficial, podem ser conferidos todos os detalhes do processo de julgamento das obras, com a transparência que a Instituição preza em todas as suas ações. O processo de inscrição permite que os livros sejam submetidos de forma anônima pela internet, o que garante a equidade na avaliação.
A partir desse ano, o Prêmio Sesc também amplia seu escopo. Além de incorporar a categoria Poesia – a premiação era composta até ano passado apenas pelas categorias Conto e Romance – atendendo a uma antiga demanda do público, o projeto passa a receber obras destinadas a todos os públicos, quando antes permitia a inscrição apenas de trabalhos voltados ao público adulto. Dessa forma, contempla um número maior de participantes, não havendo qualquer prejuízo aos escritores que produzem ficção para o público adulto.
Outra novidade é a premiação em dinheiro para os vencedores de cada categoria, no valor de R$ 30 mil (cada), e a publicação das obras selecionadas pela Editora Senac Rio, com uma tiragem inicial mínima de 2.000 exemplares. Também haverá menção honrosa a obras finalistas escritas por trabalhadores do setor do comércio de bens, serviços e turismo. Essas novidades reforçam o compromisso do Sesc em apoiar e promover a diversidade literária brasileira, incentivando novos talentos e proporcionando uma plataforma para a expressão criativa.
As inscrições estão abertas e podem ser feitas gratuitamente até o dia 22 de abril, de forma online, em www.sesc.combr/premiosesc.
Concurso literário vem repleto de novidades, como nova categoria e também premiação em dinheiro.
O Prêmio Sesc de Literatura chega a sua 21ª edição com um formato ampliado e que valoriza ainda mais os talentos revelados. Reconhecida como uma das mais importantes e consagradas premiações para escritores estreantes nas categorias Romance e Conto, o projeto a partir deste ano conta com mais um gênero: a Poesia. Além disso, os vencedores também receberão uma premiação em dinheiro no valor de R$ 30 mil, e suas obras serão publicados pela Editora Senac Rio, com uma tiragem inicial mínima de 2.000 exemplares. As inscrições poderão ser feitas gratuitamente até o dia 22 de abril, de forma online.
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“Quando o Prêmio Sesc de Literatura surgiu, em 2003, tinha apenas a categoria Romance. Dois anos depois incorporamos a categoria Conto, como forma de permitir que mais escritores tivessem espaço de mostrar seus trabalhos. Ao longo de 20 anos, o projeto revelou obras de extrema qualidade literária e entendemos que era o momento de revermos o projeto, para torná-lo mais próximo do cenário literário e dos demais concursos realizados na área de Literatura. Dessa forma, resolvemos incluir a categoria Poesia, uma antiga demanda de autores, e proporcionar a premiação em dinheiro, como forma de valorizar os escritores e incentivá-los a continuarem produzindo novas obras”, disse a Diretora de Programas Sociais do Departamento Nacional do Sesc, Janaina Cunha.
As obras inscritas são analisadas por comissões julgadoras de diferentes regiões do país, compostas por renomados escritores, jornalistas e críticos literários. O processo de avaliação tem como base o anonimato tanto dos autores quanto do júri, garantindo a lisura do projeto e a liberdade de análise dos jurados, que fazem a seleção pelo mérito literário dos trabalhos, com soberania sobre a decisão final.
As obras selecionadas pelo Prêmio Sesc de Literatura nesses 20 anos abordaram as mais diferentes temáticas, representando um reflexo de questões de grande relevância discutidas pela sociedade. Racismo, questões ambientais, diversidade de gênero, fatos históricos e comportamento social são assuntos que compõem as obras reveladas pelo projeto. “Podemos dizer que o Prêmio Sesc de Literatura acompanha a história do país nessas últimas duas décadas, mostrando por meio dos livros selecionados um retrato de diversas questões debatidas na nossa sociedade. E esse é um importante papel da Literatura, que o Sesc leva aos brasileiros por meio desse projeto”, esclarece Janaina Cunha.
Os livros selecionados serão apresentados ao público em uma cerimônia com a presença dos autores. Além disso, após a publicação, serão distribuídos na rede de bibliotecas e escolas do Sesc localizadas em todas as regiões do país. Os escritores participarão, ainda, do lançamento de suas obras em eventos culturais promovidos pelo Sesc no ano de 2025.
A Premiação
O Prêmio Sesc de Literatura é um dos mais importantes e consagrados do país na distinção de escritores inéditos. O Prêmio avalia trabalhos com qualidade literária para edição e circulação nacional. Ao oferecer oportunidades aos novos escritores, impulsiona a renovação no panorama literário brasileiro e enriquece a cultura nacional. Desde a sua criação em 2003, quase 20 mil livros foram inscritos e 37 novos autores revelados. Em 2023, os vencedores foram Airton Souza e Bethânia Pires Amaro, com o romance Outono de Carne Estranha e a coletânea de contos O ninho, respectivamente.
O QUE ACONTECE COM MINHA OBRA?
BOLOLÔ: GAIOLA VAZIA / Categoria Romance
Sobre o autor Ricardo Maurício, carioca radicado em Vitória, é um artista multifacetado que transita entre as artes visuais, o teatro e a literatura. Professor na UFES há mais de duas décadas, sua trajetória artística é marcada pela exploração de temas como imagem, corpo e tempo, através de performances e intervenções no espaço público. Sua paixão pela palavra o levou a escrever contos, sendo duas vezes finalista do Prêmio Sesc de Literatura, e culminou no lançamento do romance “Bololô: Gaiola Vazia”, inspirado em um de seus contos premiados.
Sobre o livro Bololô: Gaiola Vazia é uma narrativa intensa e envolvente que acompanha a vida de Roque Perigo e seus irmãos. Um relato visceral sobre uma família lidando com traumas e a luta para encontrar sentido em meio à dor e à violência. “É um romance diferente, que tem um lado de realismo imaginário e uma linguagem sucinta, herdada do conto”, explica. Sobre a conquista, é categórico: “Sem dúvida, é uma oportunidade inigualável. Porque você até pode publicar um livro por uma editora, mas ganhar o Prêmio Sesc dá um destaque de ser ‘o livro de romance’”, concluiu
A GLÓRIA DOS CORPOS MENORES / Categoria Conto
Sobre o autor Patrícia Lima, 38 anos, funcionária da Unesp de Bauru e formada em Letras, é autora do livro de poesias O amor é um solo de jazz e coordena o clube de leitura Cevadas Literárias, que promove debates sobre literatura em bares. Amante de gatos, Patrícia conheceu o Prêmio Sesc de Literatura em 2012 com o livro Réveillon e outros dias de Rafael Gallo e, desde então, admira autores como Juliana Leite, Tobias Carvalho, Marta Barcellos e Tônio Caetano.
Sobre o livro “A glória dos corpos menores” é um livro de 11 contos que aborda temas como envelhecimento, solidão e invisibilidade, além de experiências extremas da condição humana. Embora inclua temas como suicídio e feminicídio, o foco está na complexa relação dos personagens com a existência. A autora se emocionou ao receber a notícia de que seu livro foi premiado, descrevendo o momento como inesquecível. Ela destaca o Prêmio Sesc de Literatura como o mais relevante para autores estreantes no Brasil, elogiando sua estrutura e a oportunidade de publicação e divulgação nacional.
CONTRA A PAREDE/ Categoria Poesia
Sobre o autor Antonio Veloso Maia, servidor público da Prefeitura do Rio de Janeiro, se descreve como leitor, cinéfilo e avô de Julia e Junior. Aos 73 anos, ele tem uma vasta trajetória, tendo vivido no Ceará nos anos 1990 e participado de vários concursos literários. Conheceu o Prêmio Sesc de Literatura nos seus primeiros anos e, embora esta fosse sua primeira participação, ficou surpreso ao ser o vencedor na categoria Poesia, após competir com mais de 1,4 mil inscritos. Ele já admirava obras premiadas, como A secretária de Borges, de Lucia Bettencourt.
Sobre o livro
Antonio Veloso Maia surpreende com Contra a Parede, uma coleção de poemas que explora introspecção, linguagem e desconforto existencial. A obra desafia convenções poéticas e ortográficas, oferecendo uma reflexão profunda sobre a vida e as limitações da linguagem. O livro convida os leitores a uma leitura atenta, desafiando-os a confrontar as “paredes” que limitam a compreensão.
O Ninho / Categoria Conto
Sobre a autora Nascida em Pernambuco, Bethânia Pires Amaro, 34 anos, passou a infância no interior da Bahia e há nove anos se mudou para São Paulo (SP). Ela é advogada pública e trabalha na Secretaria Municipal de Educação do Município de São Paulo. Escreve desde criança, mas na pandemia decidiu se dedicar à literatura cotidianamente, assim como a pesquisas sobre a maternidade.
Sobre o livro Os contos de O ninho dissecam as relações familiares sob a ótica feminina e buscam dessacralizar a casa como um lugar idílico e de segurança afetiva. As histórias vão se desenrolando para trazer à luz a disfuncionalidade do ‘lar’, em que o amor muitas vezes se mistura a dores e cicatrizes.
OUTONO DE CARNE ESTRANHA/ Categoria Romance
Sobre o autor O paraense de 41 anos nasceu em Marabá (PA), onde mora. É professor de História para crianças e adolescentes do Ensino Básico e Mestre em Letras. Atualmente, cursa um doutorado em Comunicação, Cultura e Amazônia pela UFPA.
Sobre o livro A narrativa remonta os anos 1980, no final da ditadura, quando dois homens se encontram e se apaixonam em pleno garimpo de Serra Pelada, onde relacionamentos homoafetivos eram proibidos, segundo a lei não escrita local. A violência, a paixão, o amor, a intervenção do Estado e a busca desenfreada pelo ouro se interconectam na mesma paisagem árida.
Mikaia / Categoria Romance
Sobre o autor A gaúcha Taiane Santi Martins, 34 anos, da cidade de Vacaria (RS), é editora da revista Travessa em Três Tempos desde 2010.
Sobre o livro O romance Mikaia narra a história de três gerações de mulheres que viveram e fugiram da guerra civil moçambicana. O livro joga com as diferentes maneiras de se lidar com um passado traumático. Enquanto Mikaia – uma dançarina de ballet que sofre uma amnésia repentina – quer lembrar, sua irmã, Simi, quer esquecer e sua avó, Shaira, decide silenciar. O desenrolar da trama se dá no embate entre as tentativas de Mikaia em recuperar um passado que lhe foi roubado, os retalhos de memória que lhe voltam confusos e a resistência de Simi em renunciar a uma infância inventada e cultivada por vinte anos às custas do esquecimento.
CORPOS BENZIDOS EM METAL PESADO / Categoria Romance
Sobre a autora O paraense Pedro Augusto Baía, 35 anos, é analista judiciário (psicólogo) no Tribunal de Justiça do Estado do Pará, com Doutorado em Psicologia Forense na Universidade de Coimbra. Nascido no município de Abaetetuba (PA), tem fascínio pela leitura e escrita desde a infância.
Sobre o livro Nestes contos, Pedro tentar descrever um mosaico de geografias, povos, sentimentos e experiências que denunciam as violências, invasões e destruições no Norte do Brasil e aos corpos que lá residem. E que, neste processo de devastação, resiste uma voz, um grito, uma reza ancestral da natureza, um pedido de socorro transmutado neste livro.
O RÉPTIL MELANCÓLICO / Categoria Romance
Sobre o autor Fábio Horácio-Castro, paraense e jornalista de formação, tem 52 anos, é professor universitário e venceu com o romance O réptil melancólico.
Sobre o livro A narrativa parte do retorno de Felipe para sua cidade, após longa estadia fora do país. Ele seguira para o exílio na primeira infância, levado por sua mãe, militante política perseguida e torturada pelo regime militar brasileiro. Nesse processo de retorno, restabelece contato com a família paterna, particularmente com seu primo Miguel, que está fazendo o caminho oposto: o de partir da cidade.
O QUE A CASA CRIOU / Categoria Conto
Sobre o autor O pernambucano Diogo Monteiro, de 43 anos, também é jornalista e atua com pesquisa de opinião e estratégia. Ele conquistou a premiação com o livro O que a casa criou.
Sobre o livro O que a casa criou é um livro sobre o espanto. Todos os seus 16 contos, inclusive o que dá nome ao volume, tratam de alguma forma sobre a possibilidade de encontrar o inusitado a qualquer momento, na virada de uma esquina ou no abrir de uma porta. São histórias sobre a fragilidade do real e do nosso confortável conceito de realidade, e sobre como a quebra dessa normalidade age sobre pessoas, lugares e coisas.
ENCONTRO VOCÊ NO OITAVO ROUND / Categoria Romance
Sobre o autor Caê Guimarães nasceu em 1970 no Rio de Janeiro. Foi criado no Espírito Santo, onde vive atualmente. É poeta, escritor, jornalista, redator e roteirista. Publicou diversos livros de poesia.
Sobre o livro Em uma narrativa que trata de redenção, um pugilista se debate entre um incômodo zumbido e a memória de outra ocupação antes de se dedicar ao boxe. Dias antes da sua última luta, ele conhece uma jornalista disposta a desvendar o que o fez tomar o caminho dos ringues.
TERRA NOS CABELOS / Categoria Conto
Sobre o autor Tônio Caetano nasceu em Porto Alegre/RS, em 1982. Trabalha como servidor público municipal e é especialista em Literatura Brasileira pela PUC-RS. Já participou de várias antologias literárias.
Sobre o livro Os contos de Terra nos Cabelos se propõem a uma espécie de investigação do íntimo, das descobertas do outro, e instigam o leitor a mergulhar na vida dos personagens. Tônio Caetano costura as histórias com um fio invisível em que a ambiência se amalgama a um sentimento difuso de inadequação, de não pertencimento”, escreve Marcelo Moutinho no texto de orelha da obra.
O LEGADO DE NOSSA MISÉRIA / Categoria Romance
Sobre o autor Felipe Holloway nasceu em Canindé/CE e vive em Cuiabá. É professor de Língua Portuguesa da rede estadual, formado em Letras pela Universidade Federal de Mato Grosso (UFMT) e mestrando em Estudos Literários pela mesma instituição.
Sobre o livro Um crítico de literatura e professor universitário é convidado para um evento sobre Jornalismo Literário numa fictícia cidade do interior de Minas Gerais, onde conhece pessoalmente um famoso escritor cuja obra sempre havia admirado. No evento, os personagens rememoram suas respectivas carreiras – uma trajetória em que a paixão pela arte foi muitas vezes empregada como atenuante para condutas imorais, e na qual os fracassos éticos e estéticos se alternam.
O DOCE E O AMARGO / Categoria Conto
Sobre o autor João Gabriel Paulsen nasceu e vive em Juiz de Fora/MG. É estudante de Filosofia na Universidade Federal de Juiz de Fora (UFJF).
Sobre o livro “O doce e o amargo” é uma coletânea composta por nove contos. São histórias aparentemente desconexas, que tratam das tensões geracionais e os conflitos trazidos pelos ritos de passagem, permeados pela tensão entre aproximação e distanciamento do outro.
ENTRE AS MÃOS / Categoria Romance
Sobre a autora Nasceu em Petrópolis (RJ), em 1983. Graduada em Comunicação Social e Mestre em Literatura Comparada, pela UERJ, ganhou o Prêmio Sesc de Literatura e o APCA por seu romance de estreia, Entre as mãos (Record, 2018).
Sobre o livro O romance gira em torno de uma tecelã que, depois de um grave acidente, precisa retomar seus dias, reaprender a falar e levar consigo dolorosas cicatrizes — não apenas no corpo. Com personagens e tempos narrativos que se atravessam como fios trançados, este romance tem a marca de peça única, debruçando-se sobre questões como sobrevivência e ancestralidade, mas também amor e mistério a partir do corpo, do trabalho e dos gestos da protagonista, em duas fases de sua vida.
AS COISAS / Categoria Conto
Sobre o autor Tobias Carvalho nasceu em Porto Alegre em 1995. Cursa Relações Internacionais na Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS) e já participou de oficinas literárias. As coisas é seu livro de estreia.
Sobre o livro Sensível e implacável por trás de uma escrita limpa e simples, As coisas traz uma costura de vivências humanas sob a ótica de um jovem homossexual. O personagem constante dessas histórias trabalha, viaja, estuda, cruza ruas de metrópoles agitadas, passa horas em aplicativos de encontros. Não há maquiagens para a solidão, nem disfarce para o sexo. Ele sente, ele quer, ele ganha e perde, transformando-se de história em história e construindo um arco narrativo que alicerça todo o livro.
O ABRIDOR DE LETRAS / Categoria Conto
Sobre o autor João Meirelles Filho é ecritor, ativista ambiental e empreendedor social. Trabalha há vinte anos no Instituto Peabiru, organização da sociedade civil de interesse público (OSCIP) que atua no campo dos direitos sociais e ambientais. Nascido em São Paulo, dedica sua vida à Amazônia e, em especial a Belém, no Pará, onde reside desde 2004.
Sobre o livro Com oito contos, a obra representa a sua primeira incursão no campo da ficção depois de trinta e cinco anos como escritor. Em comum, trata da relação do homem e o desconhecido na Amazônia – seja diante do impacto de mudanças climáticas, seja das encantarias. O autor se interessa pelos que vivem na fronteira, onde as questões estão por resolver e a natureza predomina.
ÚLTIMA HORA / Categoria Romance
Sobre o autor Natural de Mossoró-RN, José Almeida Júnior é formado em Direito pela Universidade do Estado do Rio Grande do Norte-UERN, com pós-graduação em Direito Processual pela Universidade do Amazonas-UNAMA. Reside há dez anos em Brasília, onde exerce o cargo de Defensor Público do Distrito Federal.
Sobre o livro O romance trata de uma narrativa histórica passada no jornal fundado por Samuel Wainer sob ponto de vista de um personagem fictício chamado Marcos. Por ter sido vítima de tortura no Estado Novo, Marcos reluta em trabalhar para o periódico, mas acaba aceitando a oferta de Wainer em razão de problemas financeiros. Vivendo o dilema de escrever para um jornal que apoia o governo de Vargas, Marcos acompanha a Última Hora desde a fundação até as crises que quase levam ao seu fechamento.
RECEITA PARA SE FAZER UM MONSTRO / Categoria Conto
Sobre o autor Mário Rodrigues é pernambucano de Garanhuns. Escritor, professor de português, literatura e redação, publicou, em 2018, o romance “A Cobrança”.
Sobre o livro A obra é uma coletânea de contos curtos que tem como inspiração inicial cenas da infância – em um recorte temporal bem específico dos anos 1980. A narração dasbrincadeiras, das descobertas, daspersonalidades e dos amores compõe um pano de fundo sentimental para quem viveu no início da década.
Sobre o autor Franklin Carvalho é bacharel em Comunicação Social pela UFBA e pós-graduado em Direito do Trabalho. O seu livro “Céus e terra” foi o vencedor do Prêmio Sesc de Literatura- Categoria Romance de 2016, e do Prêmio São Paulo de Literatura na categoria Autor Estreante (mais de 40 anos).
Sobre o livro O romance conta a história do menino Galego, que aos doze anos é convocado para salvar um cigano crucificado e acaba morrendo. Transcendendo a morte, Galego acompanhará uma família de pessoas bastante simples do sertão baiano, observando seus momentos.
ANTES QUE SEQUE / Categoria Conto
Sobre a autora Jornalista formada pela UFRJ e mestre em literatura pela PUC-Rio, a carioca Marta Barcellos trabalhou durante 18 anos em alguns dos principais jornais do país (O Globo, Gazeta Mercantil e Valor Econômico). É colunista da revista Capital Aberto e do site Digestivo Cultural.
Sobre o livro Os 24 contos de ‘Antes que seque’ giram em torno da classe média alta e seus códigos; a promessa de felicidade que não se cumpre em padrões de consumo e aparências; a urgência e o mal estar de se viver em uma sociedade de contrastes. Costurando os contos, 12 mulheres se defrontam com uma mesma impossibilidade: a de engravidar e corresponder a uma figura maternal idealizada.
DESESTERRO/ Categoria Romance
Sobre a autora Sheyla Smanioto é formada em Estudos Literários e mestra em Teoria e História Literária pela Unicamp. Publicou, em 2012, o livro de poemas “Dentro e folha”, pelo coletivo Dulcineia Catadora.
Sobre o livro O romance é feito de muitas vozes, de sonhos, de fotografias imaginadas, de uma menina sem nome e de uma avó cansada. Trata-se de uma história sobre metamorfoses feita de uma mulher com nossos destinos gravados na pele, de um homem com cães latindo dentro dele e de uma cidade faminta.
PARAFILIAS / Categoria Conto
Sobre o autor Alexandre Marques Rodrigues é escritor e bancário. Formado em psicologia, lançou em 2016 o seu primeiro romance: “Entropia”. É autor do blog www.amarquesrodrigues.com.
Sobre o livro Os contos de “Parafilias” tratam da solidão sob a abordagem das perversões sexuais. As dificuldades de comunicação dos relacionamentos são o principal tema da obra.
ENQUANTO DEUS NÃO ESTÁ OLHANDO / Categoria Romance
Sobre a autora Débora Ferraz é escritora e jornalista. Além de vencer o Prêmio Sesc de Literatura – Categoria Romance, o seu livro “Enquanto Deus não está olhando”, foi o vencedor do Prêmio São Paulo de Literatura de 2015, na categoria autor estreante (menos de 40 anos).
Sobre o livro O romance é sobre o que a autora chama de instante modificador, aquele ínfimo de segundo que pode transformar completamente a trajetória de alguém. Também é sobre a relação pai e filha, a perda, a insegurança de ingressar na idade adulta sem preparo. A narrativa é não linear como o fluxo de pensamento.
NOVELETAS / Categoria Conto
Sobre o autor O autor nasceu no Rio de Janeiro, mas mora em São Paulo desde 2006. Tem formação musical pela Puc-Rio, é redator publicitário e baterista de garagem. Seu primeiro livro foi “Noveleletas”.
Sobre o livro O livro apresenta cinco contos, sendo quatro deles ambientados em um universo ficcional do interior brasileiro. O regionalismo, o folclore, a fantasia, a religiosidade e a relação entre o povo e o coronel são aspectos abordados na obra, que possui inspiração em autores como Guimarães Rosa e Lúcio Cardoso. Sua narrativa transita entre versos e prosas, apresentando uma linguagem inovadora.
O EVANGELHO SEGUNDO HITLER / Categoria Romance
Sobre o autor Débora Ferraz é escritora e jornalista. Além de vencer o Prêmio Sesc de Literatura – Categoria Romance, o seu livro “Enquanto Deus não está olhando”, foi o vencedor do Prêmio São Paulo de Literatura de 2015, na categoria autor estreante (menos de 40 anos).
RÉVEILLON E OUTROS DIAS / Categoria Conto
Sobre o autor Rafael Gallo é autor de Réveillon e outros dias (Record, 2012), vencedor do Prêmio Sesc de Literatura 2012 e finalista do Prêmio Jabuti na categoria Conto. Em 2015, o seu livro “Rebentar” (Editora Record) foi o vencedor do Prêmio São Paulo de Literatura de 2016 na categoria Romance.
Sobre o livro Na obra, o autor apresenta diversas experiências humanas através de dez contos que abordam temáticas de conflitos familiares, sociais e individuais. As relações entre as personagens, as dúvidas, os questionamentos e as reflexões, mostram como as interações humanas são complexas, podendo ser extremamente profundas ou muito superficiais.
QUIÇÁ / Categoria Romance
Sobre a autora Luisa Geisler é autora de Contos de Mentira (Record, 2011) e Quiçá (Record, 2012), ambos vencedores do Prêmio Sesc de Literatura e finalistas do Prêmio Jabuti. Quiçá – que já foi publicado na Espanha – também foi finalista do Prêmio Machado de Assis e do Prêmio São Paulo de Literatura. Os seus textos já foram publicados em mais de dez países. Em 2012 foi selecionada pela revista britãnica Granta como uma das melhores autoras brasileiras com menos de 40 anos.
Sobre o livro Na obra Quiçá, a autora Luisa Geisler aborda as relações familiares, os conflitos de gerações e o desgaste dos relacionamentos interpessoais. Os protagonistas do romance são Clarissa, de 11 anos e seu primo Arthur, 18. Através da percepção de ambos é possível identificar o medo da solidão e do esquecimento, conflito presente em uma sociedade cada vez mais globalizada, porém mais solitária.
CONTOS DE MENTIRA / Categoria Conto
Sobre o autor Luisa Geisler venceu o Prêmio Sesc de Literatura 2011, na categoria Conto, quando tinha apenas 19 anos. É autora de Contos de Mentira (Record, 2011) e Quiçá (Record, 2012), ambos vencedores do Prêmio Sesc de Literatura e finalistas do Prêmio Jabuti. Em 2012 foi selecionada pela revista britânica Granta como uma das melhores autoras brasileiras com menos de 40 anos.
Sobre o livro Breves histórias que são verdadeiros curtas cinematográficos, cheios de desafios e determinação. Na coletânea Contos de Mentira, as personagens estão em trânsito, suspensas entre um fato e outro, um gesto e outro, uma e outra espera. Dessa suspensão emerge o ser humano sempre solitário, envolto no tempo que passa lentamente sem trazer a possibilidade de redenção ou apenas de acolhimento.
HABEAS ASAS, SERTÃO DE CÉU! / Categoria Romance
Sobre o autor Arthur Martins Cecim nasceu em Belém do Pará, em 1971. Professor e tradutor do inglês, estudante de filosofia, venceu o Prfêmio Sesc Literatura- Categoria Romance, com Habeas asas, sertão de céu!
Sobre o livro Romance mítico, em que as vidas dos homens são complexificadas com as vidas dos pássaros. Habeas Asas, sertão de céu! é um parábola, na qual elementos sagrados e profanos, mundanos e supramundanos, coexistem como um só, vistos no mesmo espelho da alma. O livro é uma buca pela bem-aventurança na terra. Ele fala de um sertão da alma, que habita em todos nós, todos os seres do universo.
CAVALA / Categoria Conto
Sobre o autor Sérgio Tavares é jornalista e escritor, autor de ‘Queda da Própria Altura’ (Confraria do Vento/2012) e ‘Cavala’ (Record/2010), com o qual conquistou o Prêmio Sesc de Literatura – Categoria Conto. Os seus textos já foram publicados em jornais, revistas e sites literários nacionais e internacionais.
Sobre o livro Coletânea de quatro contos, “Cavala” apresenta ao leitor tramas que se localizam no limiar entre a loucura e o sexo. São personagens acometidos de compulsões, desvios patológicos, que tenham uma espécie de refúgio em amores, lembranças ou dores. Narradas em primeira pessoa, as histórias conduzem o leitor por situações onde o real e o irreal equilibram-se numa linha tênue. Histórias que se baseiam, segundo o autor, em tramas retiradas da sua vivência no jornalismo.
PROSA DE PAPAGAIO / Categoria Romance
Sobre a autora Gabriela Gazzinelli nasceu em Belo Horizonte, em 1982. É mestre em Filosofia, pela UFMG, e Diplomacia, pelo IRBr. “Prosa de papagaio” (Record, 2010), seu primeiro romance, recebeu o Prêmio Sesc de Literatura 2009, e foi finalista do Prêmio São Paulo de Literatura 2010 (categoria autor estreante).
Sobre o livro “Prosa de Papagaio” é a história de uma família contada por seu papagaio, Louro. Compõe-se de pequenos episódios da vida cotidiana, que o papagaio colore com suas ideias filosóficas, literárias e outras. A visão de pássaro, errática e ligeira, revela, aos poucos, fragilidades e anseios das diferentes personagens. Através do olhar do outro, da figura híbrida de uma ave que fala, que observa e narra um mundo ao qual não pertence, a autora leva o leitor a pensar a questão da alteridade, o olhar e o ser o outro, dois lados da mesma moeda.
MENTIRAS DO RIO / Categoria Conto
Sobre o autor É escritor, jornalista e artista plástico. Seu livro de contos “Mentiras do Rio” recebeu o Prêmio Sesc de Literatura em 2008 na categoria Conto. Com mais de trinta anos de carreira, trabalhou nos principaís veículos de comunicação do país. Em 2014, lançou o livro-reportagem “Ascensão e Queda do Império X”.
Sobre o livro Os contos de Mentiras do Rio retratam os dois lados da vida no Rio de Janeiro: o cotidiano em uma bela cidade onde vivem pessoas interessantes, e, ao mesmo tempo, a tensão da violência do mesmo dia a dia. A obra aborda ainda as relações entre ficção e relato jornalístico ao rememorar vivências pessoais e profissionais da época em que o autor vivia no Rio de Janeiro.
O MOMENTO MÁGICO / Categoria Romance
Sobre o autor Marcio Ribeiro leite é médico, escritor e membro da Sociedade Brasileira de Médicos Escritores (Sobrames). Venceu o Prêmio Sesc de Literatura 2008 com o livro “O momento mágico”. O seu romance, “Pelas frestas do telhado”, ganhou o Prêmio Internacional da UBE-RJ em 2011.
Sobre o livro A obra aborda as constatações da vida na velhice. O personagem, um homem de 88 anos, deseja dramaticamente a morte, sem ser contemplado por ela. A narrativa retrata uma autoanálise do personagem por meio das lembranças do passado e a procura final por provas de que ainda esteja vivo.
BEIJANDO DENTES / Categoria Conto
Sobre o autor Maurício de Almeida nasceu em Campinas em 1982. É autor de Beijando dentes (Record, 2008), livro vencedor do Prêmio Sesc de Literatura 2007 na categoria Conto. Participou das coletâneas: Como se não houvesse amanhã (Record, 2010) e O Livro Branco (Record, 2012).
Sobre o livro O livro trata dos problemas de comunicação entre as pessoas por meio de contos fortes, tanto pela temática, geralmente sombria, como pela linguagem. A partir de cenas e diálogos banais do cotidiano, os textos avaliam as tensões nas relações humanas por meio de personagens extasiados.
ZÉ, MIZÉ, CAMARADA ANDRÉ / Categoria Romance
Sobre o autor Sérgio Guimarães: “Sou caipira de Santo Anastácio desde 1951. Um tal Zé, Mizé, Camarada André – noticia de Angola, romance, foi prêmio Sesc 2007, no susto. Professor mais que primário. Casei uma vez e, com a baiana, fizemos três. Já com Paulo Freire, foram seis livrinhos educados. Por ora, respiro, estudo e professo em Buenos Aires. Mais curto que isso, melhor me calo.”
CORREIO LITORÂNEO / Categoria Conto
Sobre o autor Nereu Afonso da Silva nasceu em São Paulo, em 1970. Formado em Filosofia pela USP, enveredou para o teatro e estudou na École de Théâtre Jacques Lecoq, em Paris. Em 2010, participou da coletânea Como se não houvesse amanhã (Ed. Record).
Sobre o livro Os contos circundam notícias de um jornal fictício homônimo ao livro. As oito histórias da obra, dividida em dois blocos denominados “uns” e “outros”, são trabalhadas pelo autor com humor e lirismo. Os temas percorrem as cenas do cotidiano dando voz à sabedoria, ao crime, à viagem para a solidão, à morte, ao amor e à falta dele.
CASA ENTRE VÉRTEBRAS / Categoria Romance
Sobre o autor Wesley Peres é escritor, psicanalista, Doutor em Psicologia Clínica e Cultura pela Universidade de Brasília (UNB). É autor dos Romances: As Pequenas Mortes (Rocco, 2013) e Casa entre Vértebras (Record, 2007), vencedor do Prêmio Sesc de Literatura de 2006, finalista do Prêmio São Paulo de Literatura em 2008.
Sobre o livro O romance gira em torno das tentativas de um homem em escrever uma carta sobre si mesmo para uma certa personagem chamada Ana. Por meio dessas cartas nunca escritas, ele sugere a intenção de se autoenviar a ela. Com texto construído à base de prosa poética, o narrador tenta compor um dicionário de si próprio com um anseio de ordem e harmonia, como um conjunto de vértebras.
A SECRETÁRIA DE BORGES / Categoria Conto
Sobre o autor A carioca Lúcia Bettencourt costuma dizer que vive por escrito. Entre os prêmio que recebeu destacam-se: o Prêmio Sesc, Josué Guimarães e Osman Lins. O seu livro: “O Banquete: uma degustação de textos e imagens”, recebeu o prêmio de ensaios da Academia Brasileira de Letras.
Sobre o livro A narrativa de “A secretária de Borges” gira em torno de situações drásticas de mudanças nas vidas dos personagens. Como no conto “O divórcio”, em que uma mulher sente em plenitude a potencialidade de sua nova situação. Outro conto em que a personagem feminina passa por uma arrepiante mudança de opinião – na verdade, quase uma mudança mais radical de postura – é o bem-humorado “Tatuado no braço”.
HOJE ESTÁ UM DIA MORTO / Categoria Romance
Sobre o autor André de Leones nasceu em Goiânia, em 1980. Venceu o Prêmio Sesc de Literatura em 2005 com o romance “Hoje está um dia morto”, publicado pela Editora Record. É autor dos romances “Terra de casas vazias”, “Dentes negros” e “Como desaparecer completamente”, lançados pela Rocco.
Sobre o livro “Hoje está um dia morto” é um romance metalinguístico sobre o suicídio. O livro aborda as ambições comuns e a falta de utopias de toda uma geração de jovens, como os personagens Jean e Fabiana, que lutam para escapar de uma vida cheia de tédio, tristezas e incertezas. Ainda assim, não é (apenas) um livro sobre jovens ou uma suposta falta de perspectivas, mas também sobre a própria gênese e a construção de uma narrativa, sim, ficcional.
AS NETAS DA EMA / Categoria Romance
Sobre o autor Eugenia Zerbini, nasceu e vive em São Paulo. Tem formação em Direito (bacharelado, mestrado e doutorado) e contos publicados na revista Cult, jornal Rascunho e blog “Prosa e Verso” (jornal “O Globo”). É colunista no site Digestivo Cultural (www.digestivocultural.com.br).
Sobre o livro O título do romance faz referência à Emma Bovary, a magistral personagem de Gustave Flaubert, uma mulher que se perdeu da realidade por se apegar insanamente a um sonho. Na obra de Eugenia Zerbini, a personagem se vê diante da possibilidade de morrer e, a partir de então, reflete sobre a vida e a situação das mulheres de sua geração.
SANTO REIS DA LUZ DIVINA / Categoria Romance
Sobre o autor Marco Aurélio Cremasco nasceu em Guaraci, interior do Paraná. É professor titular em engenharia química na Unicamp, Campinas. Foi o vencedor do primeiro Prêmio Sesc de Literatura, em 2003, com o Romance “Santo Reis da Luz Divina”. Em 2010 foi contemplado com a Bolsa Funarte de Criação Literária para a escrita do romance “Evangelho do Guayrá”.
Sobre o livro O romance aborda temas como amor e guerra, aventura e desventura, lealdade, pioneirismo e traições em um tempo atravessado de história e política. Por meio de pesquisas históricas, lembranças pessoais e muita imaginação, o autor abre o cruzamento de diversas sagas familiares entre o período da Guerra do Paraguai até o Governo Collor.
Não. Na primeira página da obra a ser anexada deverá constar apenas o título, a fim de garantir a lisura no processo de julgamento. O nome do arquivo deve ser apenas o título da obra inscrita. Em nenhum local da obra ou no nome do arquivo poderá constar o nome do candidato, caso em que a inscrição será invalidada.
Não. Os candidatos devem escrever apenas o título da obra a ser enviada. Vale lembrar que o nome do autor NÃO deve aparecer no texto.
Sim. Os títulos podem estar em CAIXA ALTA.
De acordo com o edital “Não serão aceitas inscrições com apenas um conto”. Ou seja, o candidato pode enviar no mínimo dois contos, desde que respeite o número de caracteres exigido no edital.
Publicação independente também vale como publicação, então no caso não pode participar. Mas, no edital diz que “Será permitida a inscrição de obra cuja pequena parcela do conteúdo tenha sido publicada em blogs pessoais ou revistas eletrônicas, desde que não ultrapasse 20% do total.” Portanto se você tiver 20% publicado e a outra parte da obra for inédita, poderá participar.
O autor não pode ter publicado anteriormente na categoria que se inscrever, mesmo que seja em blog. Mas tem uma cláusula no edital que diz: “Será permitida a inscrição de obra cuja pequena parcela do conteúdo tenha sido publicada em blogs pessoais ou revistas eletrônicas, desde que não ultrapasse 20% do total.” Portanto se você tiver 20% publicado e a outra parte da obra for inédita, poderá participar.
O Prêmio Sesc de Literatura não permite a inscrição de brasileiros residentes no exterior, pois no ano posterior à premiação os vencedores fazem um circuito intenso por todo o Brasil, e o fato de o escritor morar fora do país inviabiliza esse cumprimento.
Saiu hoje os vencedores da edição 2023 do Prêmio Sesc de Literatura. “Outro outono de carne estranha”, do paraense Airton Souza, foi escolhido o melhor Romance; e “O ninho”, de autoria da pernambucana radicada em São Paulo Bethânia Pires Amaro, foi o selecionado da categoria Conto.
Os dois autores, estreantes nos gêneros em que foram premiados, terão o livro publicado pela Editora Record. Após o lançamento, eles fazem um circuito ao longo de todo um ano, pelas unidades do Sesc, em dezenas de cidades, e participam de outros eventos e feiras.
O Prêmio Sesc de Literatura completa 20 anos em 2023, sendo considerado um dos mais importantes e consagrados no reconhecimento de escritores estreantes. A origem dos vencedores de 2023 mostra mais uma vez o estímulo do Prêmio a novos talentos das mais diferentes regiões do Brasil. Os dois livros serão lançados em novembro pela editora Record, parceira do Prêmio Sesc desde a sua criação.
A história de “Outro outono de carne estranha” remonta os anos 1980, no final da ditadura, quando dois homens se encontram e se apaixonam em pleno garimpo de Serra Pelada, onde relacionamentos homoafetivos eram proibidos, segundo a lei não escrita local. A violência, a paixão, o amor, a intervenção do Estado e a busca desenfreada pelo ouro se interconectam na mesma paisagem árida, que inclui até o cabaré local, que foi inspirado na própria vivência do autor, Airton Souza. O escritor passou parte da infância em uma dessas casas de prostituição de propriedade de uma tia e do pai, um piauiense que se mudou para o Pará em busca da riqueza do metal. “A minha escrita é uma forma de pagar uma dívida afetiva e de retratar esse ambiente complexo que existiu no Brasil daquela época e que pode continuar a coexistir até hoje nos garimpos espalhados por essa imensa Amazônia”, relembra Airton.
Já os contos de “O ninho” dissecam as relações familiares sob a ótica feminina e buscam dessacralizar a casa como um lugar idílico e de segurança afetiva, “normalmente retratada assim nas postagens de famílias perfeitas das mídias sociais”, explica Bethânia Pires Amaro. Os contos vão se desenrolando para trazer à luz a disfuncionalidade do ‘lar’, em que o amor muitas vezes se mistura a dores e cicatrizes. “Queria mostrar a quem lê, e que muitas vezes vive distúrbios alimentares, abusos e racismo em solidão atrás de quatro paredes, que essa pessoa não está só”, descreve a autora, que viveu a infância no interior da Bahia e em Salvador, onde percorria sebos e bibliotecas para ler tudo o que encontrasse de interesse naquelas estantes.
Criado em 2003, o Prêmio Sesc recebeu, nesta edição, 1.495 inscrições, das quais 770 foram obras originais na categoria romance e 725 em conto. Joca Reiners Terron e Suzana Vargas foram os jurados da primeira categoria e Giovana Madalosso e Sérgio Rodrigues, da segunda.
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