O Prêmio Sesc de Literatura encerrou as inscrições no dia 3 de fevereiro com 1495 obras inscritas, das quais 770 na categoria Romance e 725 na categoria Conto. Os vencedores serão conhecidos em maio e terão suas obras publicadas e distribuídas comercialmente pela editora Record, com uma tiragem inicial mínima de 2.500 exemplares cada. A parceria possibilita a inserção dos livros na cadeia produtiva do mercado editorial.
Em breve, será iniciado ainda o circuito com autores que tiveram suas obras premiadas em 2022. Foram vencedores o paraense Pedro Augusto Baía, com a coletânea de contos Corpos benzidos em metal pesado, e a gaúcha Taiane Santi Martins, com o romance Mikaia.
Nesses 20 anos de prêmio, diversos autores foram descobertos e se consolidaram na literatura nacional, graças ao incentivo da Instituição, entre eles Juliana Leite, Marcos Peres, Luisa Geisler, André de Leones, Franklin Carvalho, Sheyla Smanioto, Tobias Carvalho e Lucia Bettencourt.
A 20ª edição do Prêmio Sesc de Literatura está com inscrições abertas até dia 3 de fevereiro. Podem se inscrever autores iniciantes de todo o país, com obras inéditas nos gêneros romance e conto. A inscrição é gratuita e deve ser feita pela internet, clicando aqui.
Veja abaixo as principais informações que você precisa saber para se inscrever no concurso. Não esqueça de acessar o edital.
O Prêmio Sesc de Literatura, que chega à sua 20ª edição em 2023 como um dos mais importantes e consagrados no reconhecimento de escritores estreantes, abre inscrições na próxima sexta-feira (06/01), a partir de 10h. Podem concorrer obras inéditas nas categorias Romance e Conto. Os interessados têm até 03 de fevereiro, às 18h, para concluir o processo de inscrição, que é gratuito e online. O regulamento completo está disponível em www.sesc.com.br/premiosesc.
Ao oferecer oportunidades aos novos escritores, o Prêmio Sesc de Literatura impulsiona a renovação no panorama literário brasileiro e enriquece a cultura nacional. Os vencedores têm suas obras publicadas e distribuídas pela editora Record. A parceria possibilita a inserção dos livros na cadeia produtiva do mercado editorial. O vencedor de cada categoria tem sua obra publicada e distribuída comercialmente pela editora, com uma tiragem inicial mínima de 2.500 exemplares
“Este ano é especial. Chegamos a vinte edições, um marco importante e que deve ser comemorado. Criamos o Prêmio em 2003 e de lá para cá se o projeto se consolidou como o principal do país para autores iniciantes. Esperamos ter novos recordes de inscritos em 2023 – no ano passado recebemos 1.632 trabalhos, sendo 844 em Conto e 788 em Romance”, comemora Janaina Cunha, Diretora de Programas Sociais do Departamento Nacional do Sesc.
O processo de curadoria e seleção das obras é criterioso e democrático. Os livros são inscritos pela internet, gratuitamente, de forma anônima. Isso impede que os avaliadores identifiquem os autores, garantindo a imparcialidade no processo de avaliação. Os romances e coletâneas de contos são avaliados por escritores renomados, que selecionam as obras pelo critério da qualidade literária.
A relevância do Prêmio Sesc de Literatura também pode ser medida por meio do sucesso dos seus vencedores. Além de serem convidados para outros importantes eventos internacionais, os autores são, com frequência, finalistas ou vencedores de outras premiações importantes. O escritor Rafael Gallo, revelado pelo Prêmio Sesc em 2012, foi o vencedor da última edição do Prêmio Literário José Saramago.
Vencedores 2022 do Prêmio Sesc de Literatura
Na edição de 2022, foram premiados o paraense Pedro Augusto Baía, com a coletânea de contos Corpos benzidos em metal pesado, e a gaúcha Taiane Santi Martins, com o romance Mikaia. A origem dos autores reafirma a característica do Prêmio de estímulo à diversidade e sua capacidade de projetar escritores das mais distintas regiões do país. Em 2023, os vencedores circularão por unidades do Sesc em todo o país e poderão dialogar com o público sobre os temas e o processo de criação de seus livros, que foram lançados em novembro de 2022 na programação do Sesc durante a Flip – Festa Literária de Paraty.
Inscreva-se aqui
Os vencedores do Prêmio Sesc de Literatura de 2022, Mikaia e Corpos Benzidos em Metal Pesado, estão na lista das 10 melhores obras nas categorias Romance e Conto, respectivamente, da Revista Bula. O prêmio, que completa 20 anos em 2023, identifica escritores inéditos, cujas obras possuam qualidade literária para edição e circulação nacional.
Além de inclui-los em programações literárias do Sesc, o prêmio também abre uma porta do mercado editorial aos estreantes: os livros vencedores são publicados e distribuídos pela editora Record.
Conheça um pouco mais das obras vencedoras a partir da resenha crítica feita pela Revista Bula, um dos principais portais da web de literatura e jornalismo cultural em língua portuguesa.
Mikaia, romance de estreia de Taiane Santi Martins e vencedor do Prêmio Sesc de Literatura de 2022, narra, através da busca de Mikaia, uma dançarina de balé que sofre uma amnésia repentina, a história de três gerações de mulheres que viveram e fugiram da guerra civil moçambicana. Narrado por múltiplas vozes, o livro joga com as diferentes maneiras de se lidar com um passado traumático, pois, enquanto Mikaia quer lembrar, sua irmã, Simi, quer esquecer e sua avó, Shaira, decide silenciar. O desenrolar da trama se dá no embate entre as tentativas de Mikaia em recuperar um passado que lhe foi roubado, os retalhos de memória que lhe voltam confusos, e a resistência de Simi em renunciar a uma infância inventada e cultivada por vinte anos às custas do esquecimento.
Nos onze contos que compõem “Corpos Benzidos em Metal Pesado”, livro de estreia de Pedro Augusto Baía, a unidade narrativa que os une são as vivências da região norte do Brasil, em todas as suas facetas: a floresta, os indígenas, a industrialização, a precarização das cidades, a violência com os desfavorecidos, a desigualdade, a comunhão com a natureza. Os protagonistas são uma vítima do garimpo, um imigrante da região Norte que é confundido com um boliviano na Europa, um repórter que investiga uma vítima quilombola, uma fotógrafa que sofre um ataque de pânico em uma cidade alagada, um massacre numa seção eleitoral dentro de uma aldeia indígena, um homem contaminado por metal pesado, fruto do garimpo, entre outros. Porém, embora as histórias de “Corpos Benzidos em Metal Pesado” sejam repletas de conflitos e violência, são as relações de afeto, os elos que tecem a resistência, que se evidenciam, podendo conter tanta ternura e inocência como quando uma menina, no conto “Carne de boi”, sente vontade de perguntar ao irmão “como um rio limpinho consegue morar dentro de uma palavra tão pequena”
E o próximo livro pode ser o seu. O edital para participar do Prêmio Sesc de Literatura já está disponível aqui
O paulistano Rafael Gallo coleciona premiações literárias. Ele venceu o Prêmio Sesc de Literatura em 2012 com a coletânea de contos Réveillon e outros dias; o Prêmio São Paulo de Literatura em 2015 com seu primeiro romance Rebentar; e agora é o 4º brasileiro a vencer o Prêmio Literário José Saramago com o romance Dor Fantasma. Em conversa conosco, o escritor fala um pouco desse sucesso meteórico e do novo livro.
Qual a sensação de colecionar tantas premiações? Traz alguma responsabilidade a mais para sua carreira?
Na verdade, para mim traz alegria e alívio. Mais leveza do que peso, sem dúvida. Infelizmente, escritores e escritoras têm que batalhar demais, aqui em nosso país, para manterem seu trabalho (e, em especial, seu ânimo) com a escrita. Não deveria ser assim, deveria haver um caminho mais sólido, em que os prêmios viessem a acrescentar, mas não se tornassem tão definidores do reconhecimento que se recebe ou se deixa de receber. Esses prêmios mudaram minha vida, e sou muito grato por cada um deles, mas também gostaria que tivéssemos – eu e meus colegas – um ambiente de escrita e leitura mais salutar. Menos adicto em efemérides.
2 – Conta um pouquinho sobre seu novo livro, Dor Fantasma.
Esse é um romance sobre um pianista virtuoso, Rômulo Castelo, que é extremamente dedicado à música, ao nível da obsessão. Ele mal se relaciona com a esposa, e menos ainda com o filho, que, afetado por paralisia cerebral, representa o oposto de ideal de perfeição que o pai persegue. Rômulo vive apenas para preparar-se a seu grande momento de revelação como concertista, mas um acidente faz com que ele tenha a mão direita amputada. Sem conseguir encontrar outro sentido para a vida, que não a identidade que enxergava em si, ele entra em uma espiral de derrocada.
3 – Dizem que todo mundo tem um pouco de escritor. O que você recomendaria para os autores estreantes que pensam em participar da nova edição do Prêmio Sesc de Literatura?
A primeira coisa é escrever as histórias com as quais você verdadeiramente se importa. E, por se importar, você dedica a ela o máximo de suas capacidades, a fim de que se torne o melhor que pode ser nas suas mãos. E, por fim, ainda que não vença o Prêmio Sesc, continuar tentando, seja no mesmo prêmio, em outros, ou através de diferentes meios de publicação ao longo do tempo. Ah, e claro: siga o edital com atenção, pelo amor de Deus.
Corpos benzidos em metal pesado, do paraense Pedro Augusto Baía, venceu na categoria Conto e Mikaia, da gaúcha Taiane Santi Martins, em Romance
O Prêmio Sesc de Literatura anunciou dia 20 de maio os vencedores da edição 2022. Na categoria Conto foi selecionado o título Corpos benzidos em metal pesado, do paraense Pedro Augusto Baía, e na categoria Romance o livro Mikaia, de autoria de Taiane Santi Martins, do Rio Grande do Sul. A origem dos autores reafirma o estímulo à diversidade por parte do Prêmio e sua capacidade de projetar escritores das mais distintas regiões do país. Os livros vencedores serão lançados em novembro pela editora Record, parceira do Prêmio Sesc desde a sua criação.
Corpos benzidos em metal pesado foi concebido ao longo dos últimos quatro anos, em um processo de reescrita e constante reflexão do autor. Assim, o livro de contos reflete os seus sentimentos e percepções diante da devastação ambiental, política, de direitos e de afetos. Nestes contos, Pedro tentar descrever um mosaico de geografias, povos, sentimentos e experiências que denunciam as violências, invasões e destruições no Norte do Brasil e aos corpos que lá residem. E que, neste processo de devastação, resiste uma voz, um grito, uma reza ancestral da natureza, um pedido de socorro transmutado neste livro. A comissão final que selecionou a obra foi composta pelos escritores Natalia Borges Polesso e Paulo Scott.
O romance Mikaia narra a história de três gerações de mulheres que viveram e fugiram da guerra civil moçambicana. O livro joga com as diferentes maneiras de se lidar com um passado traumático. Enquanto Mikaia – uma dançarina de ballet que sofre uma amnésia repentina – quer lembrar, sua irmã, Simi, quer esquecer e sua avó, Shaira, decide silenciar. O desenrolar da trama se dá no embate entre as tentativas de Mikaia em recuperar um passado que lhe foi roubado, os retalhos de memória que lhe voltam confusos e a resistência de Simi em renunciar a uma infância inventada e cultivada por vinte anos às custas do esquecimento. O romance foi selecionado pela comissão final composta pelos escritores Itamar Vieira Junior e Luciany Aparecida.
Neste ano, o Prêmio Sesc de Literatura recebeu a inscrição de 1.632 livros, sendo 844 em Conto e 788 em Romance. “Pela primeira vez, em 19 anos, a categoria Conto recebeu mais obras que Romance. E o balanço de todas as edições do Prêmio nos traz uma grande curiosidade: alcançamos a marca de quatro vencedores dos estados do Pará e Rio Grande do Sul, cada um, mostrando a força da nova literatura destas regiões”, destaca Henrique Rodrigues, analista de Literatura do Departamento Nacional do Sesc.
Sobre os autores:
O paraense Pedro Augusto Baía, 35 anos, é analista judiciário (psicólogo) no Tribunal de Justiça do Estado do Pará, com Doutorado em Psicologia Forense na Universidade de Coimbra. Nascido no município de Abaetetuba (PA), tem fascínio pela leitura e escrita desde a infância. “Comecei lendo livros escritos e publicados por autores independentes de minha cidade, em que o imaginário, a fauna, a flora e povos amazônicos são exaltados. A arte da escrita permaneceu comigo ao longo dos anos, amadurecendo. No ano de 2017, tive um conto premiado em um concurso regional promovido pelo TJ Pará, ocasião na qual finalmente passei a escrever com mais frequência”, relembra. Para ele, ganhar o Prêmio Sesc de Literatura, enquanto escritor estreante e residente em um município no Norte do Brasil, é um reconhecimento máximo.
“Acredito que irá potencializar o meu percurso literário e, sem dúvida alguma, de outros autores iniciantes”.
A gaúcha Taiane Santi Martins, 34 anos, da cidade de Vacaria (RS), é editora da revista Travessa em Três Tempos desde 2010. “Minha relação com a escrita vem de muito nova, mas precisei de tempo para assumir a literatura como uma escolha profissional. O primeiro passo foi criar uma revista literária, em 2010, ainda no contexto das minhas graduações e, na época, sem grandes pretensões literárias. Desde então a Travessa em Três Tempos vem se desenvolvendo junto comigo e hoje estamos fechando sua edição de número 24”, comemora. Para ela, ganhar o Prêmio é um reconhecimento pelo aprendizado e lugares por onde passou e viveu. “É a primeira vez que participo e me sinto honrada com o resultado, não apenas como uma conquista pessoal, mas por sentir que não chego até aqui sozinha. Trago comigo toda a vivência de uma formação em escrita; da Oficina de Criação do escritor Luiz Antonio de Assis Brasil; o acolhimento da UniLúrio, na Ilha de Moçambique, onde morei por um tempo durante a escrita do romance”.
Diogo Monteiro e Fábio Horácio-Castro percorrerão mais de 30 cidades ao longo do ano
O Prêmio Sesc de Literatura retomou o projeto de circuito presencial com os vencedores da edição de 2021. O paraense Fabio Horácio-Castro e o pernambucano Diogo Monteiro passarão ao longo do ano por mais de 30 cidades do Brasil para se encontrar com o público leitor. Na agenda de viagens, bate-papos sobre suas obras: o romance O réptil melancólico e a coletânea de contos O que a casa criou.
“O circuito anual de viagens pelo país é um trabalho que o Prêmio Sesc oferece para aproximar os escritores dos leitores. Retomamos os encontros presenciais porque o arrefecimento da pandemia está permitindo essa proximidade”, avalia Henrique Rodrigues, analista de Literatura do Departamento Nacional do Sesc. Em 2021, foram realizados mais de 80 encontros com clubes de leitura em formato on-line com os vencedores do ano anterior.
A previsão é finalizar a jornada em novembro, na cerimônia de lançamento dos livros vencedores de 2022. Para Diogo, o circuito representa mais do que ajudar na divulgação do livro. “Creio que os encontros vão trazer uma experiência muito rica, que é conhecer leituras, as mais diversas, por todo o país. Me enxergar pelos olhos dos leitores e misturar a experiência deles com a minha, de escritor e leitor”.
Fabio considera que o circuito possibilita o contato e o diálogo com leitores. “O poder de alcance do Sesc no território brasileiro permite uma disseminação da literatura e do nosso trabalho e, ao mesmo tempo, uma aprendizagem das diferentes cenas literárias do país. Creio que participar do circuito é importante porque materializa o fim último da ação literária, que é a troca, o diálogo”.
O Prêmio Sesc de Literatura abre espaço para autores inéditos, com a publicação e a distribuição de suas obras pela Editora Record, parceira da Instituição no projeto. Em 18 anos de atuação, diversos autores dos mais variados pontos do país foram descobertos e se consolidaram na literatura nacional, entre eles Juliana Leite, Rafael Gallo, Luisa Geisler, André de Leones, Franklin Carvalho, Sheyla Smanioto, Tobias Carvalho e Lucia Bettencourt.
Confira a agenda de viagens:
Abril
Paraty (RJ) Recife/Surubim (PE) Aracaju/Nossa Senhora do Socorro (SE)
Maio
Crato (CE) Parnaíba/Teresina (PI) Poços de Caldas/Contagem/Montes Claros/Uberlândia (MG)
Junho
Rio Grande do Sul Boavista (RR) Poconé (MT)
Julho
Paraty (RJ) – Festival Arte da Palavra – Farpa São Paulo (SP) – Bienal do Livro Vitória (ES)
Agosto
Londrina / Apucarana / Bela Vista do Paraíso / Cornélio Procópio / Jacarezinho (PR) Vitória (ES)
Setembro
Recife / Caruaru / Belo Jardim / Arcoverde / Garanhuns (PE) Feira de Santana (BA)
Outubro
Rio de Janeiro (RJ) Porto Velho (RO) Tubarão / Florianópolis / Joinvile / Mafra (SC)
Novembro
Maceió (AL) Cuiabá (MT) Belém (PA) Campina Grande (PB) Rio de Janeiro (RJ) São Paulo (SP) – Lançamento dos livros vencedores de 2022
Dezembro
Tubarão / Florianópolis / Joinvile / Mafra (SC)
Houve um tempo em que as mulheres usavam pseudônimos para conseguirem publicar livros, pois seu papel na sociedade deveria ser restrito ao lar. A escritora inglesa Jane Austen é um exemplo, tendo publicado seus romances sem revelar sua real identidade. Mas isso é coisa do passado! O público feminino é cada vez mais presente no universo literário. O Prêmio Sesc de Literatura já revelou em sua trajetória oito autoras em suas categorias Conto e Romance.
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Conheça um pouco mais sobre esses talentos:
Juliana Leite venceu a categoria Romance no ano de 2018. Nascida na cidade de Petrópolis, no Rio de Janeiro, a escritora é graduada em Comunicação Social e Mestre em Literatura Comparada pela UERJ. “Entre as mãos”, sua obra selecionada, também foi vencedora no Prêmio APCA no mesmo ano e ganhou uma versão em francês, publicada pela Éditions de l’Aube. A narrativa acompanha uma tecelã, que depois de passar por um trágico acidente, precisa retomar a vida, reaprender a falar e lidar com suas dolorosas cicatrizes, externas e internas. Com personagens e tempos narrativos diferentes, o elogiado romance trata de temáticas como sobrevivência, ancestralidade, amor e mistério.
Em 2015, Marta Barcellos foi contemplada na categoria de conto. Formada pela UFRJ e Mestre em Literatura pela PUC-RJ, a jornalista trabalhou no O Globo, Gazeta Mercantil e Valor Econômico. “Antes que seque” traz contos sobre a classe média alta, a promessa de felicidade inalcançável por padrões de consumo e aparências, a urgência e o mal-estar da sociedade. No livro, 12 mulheres enfrentam o desafio de não poder engravidar e corresponder a figura materna idealizada. A obra também foi vencedora do Prêmio Clarice Lispector da Biblioteca Nacional em 2016.
Já a categoria de romance de 2015 foi ocupada por Sheyla Smanioto. A escritora é formada em Estudos Literários e Mestre em Teoria e História Literária na UNICAMP. Com vozes, sonhos e fotografias imaginadas, sua obra “Desesterro” conta a história de uma menina sem nome e uma avó cansada em uma cidade marcada pela fome e pela pobreza. A escrita faz o leitor ter a sensação de transitar entre realidade e sonho ao longo das páginas.
No ano de 2014, o romance contemplado foi “Enquanto Deus não está olhando” de Débora Ferraz, jornalista pernambucana formada pela UFPE. Sua obra também foi vencedora do Prêmio São Paulo de Literatura no ano seguinte. No enredo, conhecemos Érica, uma artista plástica em busca de seu pai, que fugiu do hospital onde estava internado. O livro traz como tema principal o ínfimo de segundo que pode transformar completamente a trajetória de uma pessoa, chamado pela autora de “instante modificador”, e aborda a relação entre pai e filha, a perda e a insegurança da transição da juventude para a vida adulta.
Luisa Geisler venceu categorias diferentes nas edições de 2011 e 2012. Com formação pela UFRGS, a escritora e tradutora foi apontada pela revista britânica Granta em 2012 como uma
das melhores autoras brasileiras com menos de 40 anos. Em 2011, foi selecionada na categoria Conto com a coletânea“Contos de mentira”, que traz personagens solitários presos em trânsitos, suspensos entre um fato e outro, um gesto e outro. Em 2012, foi a vez do romance “Quiçá”. A narrativa acompanha as perspectivas dos primos Clarissa e Arthur, de 11 e 18 anos, respectivamente, e o medo da solidão e do esquecimento em meio a uma sociedade globalizada. A obra aborda relações familiares, conflitos geracionais e relações interpessoais desgastadas.
No ano de 2010, Gabriela Gazzinelli foi selecionada com o romance “Prosa de Papagaio”. A mineira tem mestrado em Filosofia pela UFMG e Diplomacia pelo IRBr. Sua obra apresenta a história de uma família contada por seu papagaio, chamado de Louro. O pássaro narra pequenos episódios cotidianos misturados com suas ideias filosóficas e literárias, revelando as fragilidades e os anseios dos personagens. Louro observa e fala de um mundo no qual participa, mas não necessariamente pertence e gera reflexões sobre alteridade e críticas à natureza dos seres humanos.
Em 2006, Lúcia Bittencourt venceu a categoria Conto com “A secretária de Borges”. A carioca é doutora em Literatura Comparada pela UFF e já venceu os prêmios José Guimarães e Osman Lins, além do prêmio de ensaios da Academia Brasileira de Letras. Sua obra selecionada no Prêmio Sesctraz tramas com situações drásticas de mudanças de vida de diferentes personagens.
A edição de 2005 do Prêmio Sesc de Literatura, revelou a escritorapaulistana Eugenia Zerbini, doutora em Direito pela USP. Seu romance “As netas de Ema” faz referência à Emma Bovary, a magistral personagem de Gustave Flaubert, uma mulher que se perdeu da realidade por se apegar insanamente a um sonho. Na obra de Zerbini, a personagem se vê diante da possibilidade de morrer e, a partir de então, reflete sobre a vida e a situação das mulheres de sua geração.
As inscrições para o Prêmio Sesc de Literatura 2022 estão abertas até o dia 11 de fevereiro. Inscreva-se em: www.sesc.com.br/premiosesc
Inscrições abertas até 11 de fevereiro
O Prêmio Sesc de Literatura, um dos mais importantes e consagrados do país na distinção de escritores inéditos, está com inscrições abertas. Podem concorrer autores não publicados nas categorias Romance e Conto. O Prêmio avalia trabalhos com qualidade literária para edição e circulação nacional. Os interessados têm até 11 de fevereiro para concluir o processo de inscrição, que é gratuito e online. O regulamento completo pode ser acessado em www.sesc.com.br/premiosesc.
Ao oferecer oportunidades aos novos escritores, o Prêmio Sesc de Literatura impulsiona a renovação no panorama literário brasileiro e enriquece a cultura nacional. Os vencedores têm suas obras publicadas e distribuídas pela editora Record, parceira do Sesc no projeto, com tiragem inicial de 2.500 exemplares. O anúncio dos vencedores será divulgado no mês de maio. Desde a sua criação em 2003, mais de 17 mil livros foram inscritos e 33 novos autores revelados.
A parceria com a editora Record contribui para a credibilidade e a visibilidade do projeto, pois insere os livros na cadeia produtiva do mercado editorial. “Chegamos à 19ª edição com o propósito de revelar novos escritores, que é nossa maior meta. A premiação foi criada em 2003 e se consolidou como a principal do país para autores iniciantes. No ano passado, tivemos a inscrição de 1.688 livros, sendo 850 em Romance e 838 em Conto. O cronograma não foi afetado pela pandemia, porque foi todo executado por trabalho remoto. Dessa forma, o resultado pôde ser divulgado no prazo previsto” explica o analista de Literatura do Departamento Nacional do Sesc, Henrique Rodrigues.
O processo de curadoria e seleção das obras é criterioso e democrático. Os livros são inscritos pela internet, gratuitamente, de forma anônima. Isso impede que os avaliadores reconheçam os reais autores, garantindo a imparcialidade no processo de avaliação. Os romances e contos são avaliados por escritores profissionais renomados, que selecionam as obras pelo critério da qualidade literária.
A relevância do Prêmio Sesc de Literatura também pode ser medida por meio do sucesso dos seus vencedores, que vêm sendo convidados para outros importantes eventos internacionais, como a Primavera Literária Brasileira, realizada em Paris, o Festival Literário Internacional de Óbidos, em Portugal, e a Feira do Livro de Guadalajara, no México.
Vencedores 2021
Na edição de 2021, foram vencedores o paraense Fábio Horácio-Castro, com o romance O réptil melancólico, e o pernambucano Diogo Monteiro, com a coletânea de contos O que a casa criou receberam o Prêmio Sesc de Literatura. A origem dos autores reafirma o estímulo da premiação à diversidade e a capacidade de projetar escritores das mais distintas regiões do país.
Fábio Horácio-Castro, jornalista de formação, tem 52 anos, e é professor universitário. “É a minha primeira participação no Prêmio Sesc e não esperava vencer na categoria. Escrevo mais sobre pesquisas relacionadas à Amazônia. Como eu tinha um projeto deste livro, aproveitei o isolamento da pandemia, finalizei a obra e me inscrevi. Fiquei muito contente com o retorno”, contou. Diogo Monteiro, de 43 anos, também é jornalista e atua com pesquisa de opinião e estratégia. “Sempre escrevi e participava de algumas coletâneas, mas nunca tinha pensado no Prêmio Sesc. Em 2021, tive um livro infantojuvenil publicado. Depois veio o prêmio, sendo a segunda vez em que coloco uma obra para o público, agora na categoria conto”, destaca.
Em 18 anos de prêmio, diversos autores foram descobertos e se consolidaram na literatura nacional, graças ao incentivo da Instituição, entre eles Juliana Leite, Rafael Gallo, Luisa Geisler, André de Leones, Franklin Carvalho, Sheyla Smanioto, Tobias Carvalho e Lucia Bettencourt.
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