Em outubro de 91, o Papa João Paulo II chegava em Santa Catarina para beatificar Madre Paulina do Coração Agonizante de Jesus, ou, simplesmente, Madre Paulina. Essa foi a segunda visita do pontífice em terras brasileiras. A primeira vez que esteve no país foi em 1980. Na época percorreu 13 cidades pregando o evangelho, a justiça social, a reforma agrária e os direitos humanos.
No dia seguinte à sua chegada ele celebrou a missa de beatificação de Madre Paulina no aterro da Baía Sul de Florianópolis, próximo à Passarela do Samba. Mesmo com uma manhã de chuva, cerca de 60 mil pessoas acompanharam a celebração. Logo após a cerimônia de beatificação, João Paulo II seguiu de papamóvel até o Palácio Episcopal, para o almoço festivo com bispos e a comitiva papal.
Foi então que, em seguida, ele se dirigiu ao ginásio do Sesc em Santa Catarina (Sesc Prainha), na região central da capital catarinense, onde aconteceu uma missa no local, com religiosos e representantes da sociedade civil. Na saída ele caminhou até a Praça das Bandeiras onde se despediu dos milhares de fiéis, na frente do Palácio Santa Catarina, retornando para o Vaticano em seguida.
Eventos reúnem dirigentes do Sistema Comércio – CNC, Sesc, Senac, Federações e Sindicatos do Comércio para atualizações e debates em temas como inovação e sustentabilidade do futuro do setor
Sinergia, inovação e aprendizado. São essas as palavras que definem a semana que a Confederação Nacional do Comércio (CNC) preparou para realizar dois grandes eventos, no Centro Internacional de Convenções do Brasil (CICB), que reúnem lideranças do Sistema Comércio.
O Conecta 2023, que aconteceu entre os dias 10 e 11 de julho, promoveu debates dos principais temas relacionados à atuação da CNC, do Sesc, do Senac, bem como das Federações. No evento foram apresentados produtos e serviços eficazes e inovadores para a sustentabilidade do futuro do setor. O encontro contou com palestras de nomes como Rafael Coimbra, do MIT Technology Review Brasil, e Rosangela Angonese, do Sebrae.
Nos dias 12, 13 e 14 de julho, o Sicomércio 2023 contou com momentos ricos de troca, compartilhamento e fortalecimento das boas práticas das entidades de representação empresarial, com apresentação de cases regionais das federações. O evento promoveu a sinergia entre todas as esferas do Sistema CNC-Sesc-Senac-Federações-Sindicatos. Para isso, levou palestrantes como Geraldo Alckmin, vice-presidente do Brasil, Luís Roberto Barroso, ministro do Supremo Tribunal Federal, e Luiz Marinho, ministro do Trabalho.
E, para falar de inovação e futuro, a CNC preparou em Brasília um ambiente especial, com uma cenografia futurista e um hub de conteúdo em que cinco painéis aconteciam simultaneamente trazendo variados temas. Dessa forma, cada participante pôde escolher uma palestra para acompanhar. As atuações do Sesc e do Senac foram marcadas nos eventos com o fazer de cada casa, serviços de bem-estar do Senac e apresentações culturais do Sesc.
Na abertura do Conecta 2023, o presidente da CNC, Sesc e Senac, José Roberto Tadros, ressaltou, para os cerca de 650 participantes, a importância de o Sistema Comércio estar integrado e unido para o fortalecimento do setor terciário. “Não temos alternativa a não ser nos preparar para sermos protagonistas no atual cenário de rápidas mudanças”. Ele lembrou ainda que o evento foi planejado para ser uma jornada de compartilhamento de conhecimentos, experiências e boas práticas sustentáveis, permitindo que as entidades ofereçam serviços e produtos eficazes e inovadores. “Trabalhamos para fortalecer cada elo desse grande Sistema que representa, qualifica, cuida das pessoas e desenvolve o nosso país”, frisou Tadros.
Para o Diretor-Geral do Sesc, José Carlos Cirilo, os eventos são uma oportunidade de fazer as conexões de toda essa sinergia que tem dentro do Sistema Comércio: “Nós, do Sesc, do Senac e da CNC, estamos sempre imbuídos de descobrir o que há de mais moderno, discutir novas práticas pra gente aprimorar cada dia mais as nossas entregas. O Sesc, Senac, CNC, Federações e Sindicatos mostram o quão responsáveis nós somos e o quão potente é nosso Sistema Comércio. Estamos juntos nesses momentos de debates e vamos sair fortalecidos”.
Conecta 2023: giro pelo conteúdo dos painéis
O primeiro dia do Conecta contou com palestras sobre as principais tendências globais e como as tecnologias emergentes vão impactar o comércio e o turismo brasileiros (Rafael Coimbra – MIT Technology Review Brasil), memória empresarial como ferramenta estratégica para registrar a cultura organizacional (Walter Santos – CNC), preparação de pessoas que atuam nas representações (Sergio Henrique Moreira Sousa – CNC) e diretrizes e orientações sobre a representação dos interesses patronais (Roberto Lopes – CNC). Esses foram alguns exemplos de assuntos que marcaram o dia 11.
O segundo dia foram debatidos temas como os avanços obtidos pela CNC no âmbito da reforma tributária e a alíquota de importação para compras do exterior. O dia também teve participação do consultor da assessoria técnica e metodológica do projeto Vai Turismo, da CNC, Cássio Garkalns, ressaltando que ações consistentes de turismo geram desenvolvimento não só para o turista, mas também para as comunidades locais, com incremento de infraestrutura, transporte, conservação de patrimônio, sustentabilidade, lazer, entre outros. Liderança também foi um assunto que despertou interesse de quem estava no evento. Rosangela Angonese, coordenadora do Polo de Liderança do Sebrae, ministrou palestra sobre o assunto.
Sicomércio 2023: giro pelo conteúdo dos painéis
O evento promoveu, por três dias, um intercâmbio de experiências das federações e sindicatos de todos os estados brasileiros e trouxe painéis que falavam diretamente com integrantes do setor do comércio, com temas como atuação sindical nas mídias sociais (Rafaela Costa – CNC), organização sindical (Roberto Lopes – CNC), Turismo como potencial de desenvolvimento econômico (Sérgio Guerreiro – Universidade Nova SBE) e impacto das inovações no comércio (Tiago Mattos – Aerolito).
A importância do setor para geração de emprego foi pauta das falas de membros do governo. Geraldo Alckmin, vice-presidente do Brasil, foi categórico: “O comércio é o grande empregador. Não tem agricultura sem comércio, não tem indústria sem comércio, não tem emprego sem comércio”. Já Luiz Marinho, ministro do Trabalho, lembrou que “para gerar empregos precisamos cuidar bem das pequenas e médias empresas, precisamos dar uma atenção ao comércio e serviços”.
E outro ilustre convidado compareceu ao evento para falar de Liderança Multifuncional. O escritor, ator e diretor Miguel Falabella discorreu sobre o tema a partir de suas experiências de vida e na gestão de grandes trabalhos artísticos.
A reforma tributária foi tema da fala do ministro do Supremo Tribunal Federal Luís Roberto Barroso. Ele ressaltou a importância da iniciativa para simplificar o sistema e acabar com a litigiosidade tributária. Ele lembrou que o tempo gasto para cumprir as obrigações tributárias no Brasil é muitas vezes superior aos demais países da América Latina e que isso reduz a competitividade: “precisamos acabar com essa fonte de insegurança jurídica para as empresas e para o governo”, concluiu.
Foram três dias com muito aprendizado, muita troca e a certeza de que o Sistema Comércio sai fortalecido e renovado para seguir atuando com excelência no desenvolvimento do país.
Trabalhos do Sesc e do Senac foram apresentados aos parlamentares. Presidente das entidades do Comércio agradeceu o apoio contra o corte de recursos
A Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo (CNC) promoveu, no dia 11 de julho, um almoço com os senadores que defenderam o Sesc e o Senac da tentativa de corte de recursos para financiar a Embratur. No encontro os parlamentares foram apresentados ao trabalho das entidades. A Orquestra do Instituto Reciclando Sons, entidade apoiada pelo Mesa Brasil Sesc, programa de combate à fome, se apresentou durante o evento, ilustrando o fazer social do Sesc. A instituição assistida auxilia pessoas no Distrito Federal a ter uma vida mais digna – por meio de acesso à alimentação.
Além de exemplos como o da Orquestra, os presentes também puderam ouvir o relato de alguns senadores que recordaram como Sesc e Senac transformaram suas vidas. O Presidente da CNC, Sesc e Senac, José Robertos Tadros, agradeceu o empenho dos parlamentares que evitaram a interrupção dos serviços das duas instituições e garantiram que trabalhadores do comércio e a população em geral não fossem prejudicados pelo corte de recursos:
“Quero manifestar a gratidão em nome do Sistema Comércio aos senhores pela ajuda e compreensão da importância do Sesc e do Senac para o Brasil, no momento que interpretações e narrativas foram usadas para tentar suprimir recursos de um sistema que investe, mostra onde e como investiu em benefício do País”, afirmou Tadros. “Esta casa estará sempre aberta a recebê-los e a apoiar iniciativas que venham a contribuir para o desenvolvimento e minorar as diferenças sociais no Brasil.”
O Diretor-geral do Sesc, José Carlos Cirilo, lembrou da importância do trabalho transformador do Serviço Social do Comércio que impacta, com suas ações, atividades e serviços, milhões de brasileiros: “Graças aos senadores, vamos seguir caminhando com uma gestão atenta à aplicação de nossos recursos e zelosos pelo cumprimento de nossa missão. Temos a convicção de que o futuro é agora. O Brasil espera muito do Sesc”, concluiu.
A iluminação da unidade foi aprimorada com material de última geração e a fachada foi recuperada, mantendo os elementos estéticos originais do projeto idealizado pelos arquitetos Hector Vigliecca e Bruno Padovano que recebeu o prêmio internacional da Fundació Mies Van der Rohe, uma das mais importantes distinções mundiais do gênero. A icônica unidade de 44mil m² é referência em saúde, cultura, assistência e educação para a população da região.
Você sabia que o Sesc já foi responsável por gerir algumas maternidades pelo Brasil? Ao longo de muitas décadas, a saúde de mães e bebês foi uma das principais preocupações no Brasil. Esse fato levou o Sesc a criar iniciativas para melhorar tal realidade, desde o início de sua atuação.
O objetivo era garantir que mães e seus filhos recebessem os cuidados necessários para terem uma vida saudável. Por isso, em 1949, o Sesc montou um plano de ação em que constavam programas como: Serviços Médicos, Proteção à Maternidade e Assistência à Infância.
Dentro dessa estratégia de apoio à maternidade, nos estados onde o Sesc não tinha uma estrutura própria, por meio de aquisições de insumos e parcerias, adquiria utensílios médico, contratava profissionais de saúde ou até mesmo subsidiava o atendimento dos comerciários em hospitais e clínicas particulares. Durante muito tempo, também, foi bastante comum o Sesc realizar partos na casa de comerciários.
Somente no ano de 1956, por exemplo, o Sesc registrou 364 partos realizados em residências de famílias associadas. Em 1957, mais de 12 mil crianças nasceram dentro dessa estrutura do Sesc.
Em julho de 1949, o Sesc inaugurou a Maternidade Carmela Dutra, no bairro do Lins, no Rio de Janeiro. Com apenas um ano de funcionamento, a unidade recebe o prêmio Caduceu, concedido pelo Departamento Nacional da Criança, por ser o Hospital mais eficiente no combate à mortalidade materna e perinatal.
Naquela época, o Rio era a capital do país. Uma outra maternidade foi inaugurada em outubro de 1952: a Maternidade Imaculada Conceição, em Niterói
O terceiro hospital do Sesc, especializado no atendimento de gestantes, seria a Maternidade João Daudt de Oliveira, que passou a funcionar em julho de 1957, em São Paulo. No relatório geral daquele ano, a maternidade é descrita como umas das mais modernas do estado.
Ainda segundo o documento, o Sesc havia realizado naquele ano mais de 12 mil partos, por meio de suas três maternidades, hospitais conveniados e atendimentos domiciliares.
A partir da década de 60, as atividades do Sesc no campo da Saúde passam a ter maior ênfase educativa e atividades como a Educação em Saúde se tornam a principal forma de atendimento às gestantes.
Assine a Petição
Por todo o país, milhares de pessoas foram as ruas nesta terça-feira (16/5) em apoio ao Sesc e ao Senac. As manifestações contra os artigos 11 e 12, inclusos no Projeto de Lei de Conversão (PLV) 09/2023, que prevê o desvio de 5% dos recursos das Instituições para a Embratur, ocorreu simultaneamente em todos os estados e no Distrito Federal. O protesto ganhou a adesão de artistas, atletas, políticos, formadores de opinião e da população de um modo geral, já tendo registrado mais de 780 mil assinaturas na petição pública contra a medida. Senadores já apresentaram 24 requerimentos, oito emendas supressivas e três destaques contra os dois artigos. No final da tarde, o presidente do Senado, Rodrigo Pacheco, retirou a PLV da pauta de votação, marcada para 17 de maio.
“Essa manifestação ordeira é para combater essa possível retirada dos 5% dos nossos recursos. Nossa gestão é muito séria, por isso temos estes recursos tão cobiçados. Somos auditados pelo TCU e temos auditoria interna do Conselho Fiscal. Um olhar atento dos empresários, trabalhadores e do governo”, disse o Diretor-Geral do Departamento Nacional do Sesc, José Carlos Cirilo, que participou da manifestação na Cinelândia, no Rio de Janeiro.
A tentativa de desvio dos recursos do Sesc e Senac é inconstitucional e fere inúmeras decisões do Supremo Tribunal Federal (STF), que determinam seu caráter privado, visto que provêm de contribuições compulsórias dos empresários do comércio de bens, serviços e turismo. Além disso, o argumento apontado pela Embratur sobe um superávit do Sesc e do Senac não condiz com a realidade, pois são verbas comprometidas com obras de manutenção ou ampliação da rede de unidades por todo o país. O orçamento de 2023 foi pactuado pelo Conselho Fiscal das Instituições, formado por sete entes, sendo quatro lideranças do governo federal, dois de entidades empresariais e um da classe trabalhadora. Os recursos foram empenhados para uso previamente determinado e de conhecimento de todos, inclusive do governo.
A aprovação dos artigos ocasionaria graves prejuízos de continuidade de serviços oferecidos ao público. Entre eles, o risco de encerramento das atividades das Instituições em mais de 100 cidades brasileiras, com possibilidade de desligamento de aproximadamente 3,6 mil empregados. Mais de R$ 260 milhões deixariam de ser investidos em atendimentos gratuitos, como exames clínicos e odontológicos. Na área de educação, 7,7 mil matrículas em educação básica seriam fechadas, bem como 31 mil em ensino profissionalizante. O Mesa Brasil Sesc, importante programa de segurança alimentar que garante alimentação a milhares de pessoas em situação de vulnerabilidade e foi um serviço essencial na época da pandemia de Covid-19, poderia sofrer uma redução de 2,6 milhões de quilos de alimentos distribuídos.
A ameaça de corte de 5% nos recursos privados do Sesc e do Senac é um atraso para o Brasil. Os artigos 11 e 12 do Projeto de Lei de Conversão (PLV) nº 9/2023 impactam diretamente as ações sociais dessas instituições, que há mais de sete décadas promovem educação e qualidade de vida para os trabalhadores e suas famílias. A medida é inconstitucional, uma vez que o dinheiro das instituições é privado, proveniente da contribuição de empresas do comércio de bens, serviços e turismo, tendo destinação e regulamento próprios, além de plano de trabalho anual aprovado formalmente pelo governo federal. Desviar esses recursos pode causar graves prejuízos socioeconômicos para o Brasil, em curto e longo prazo.
É tirar oportunidade de formação e emprego para gerações inteiras de brasileiros. É comprometer a destinação de 2/3 da arrecadação do Senac à realização de cursos gratuitos. É tirar salas de aula de milhares de crianças, jovens e adultos, beneficiados com comprovado ensino de qualidade e excelência. É acabar com 31 mil vagas gratuitas de educação profissional e 7,7 mil da educação básica. É fechar 29 centros de formação profissional e 23 laboratórios de turismo do Senac. É deixar menos competitivo um país que, cada vez mais, precisa de força de trabalho capacitada e bem qualificada para dar conta dos desafios de um mundo em transformação.
É, ainda, impactar a alimentação de milhares de brasileiros atendidos pelo Mesa Brasil Sesc, reduzindo 2,6 milhões de quilos de alimentos distribuídos por ano. É retirar o acesso de milhares de mulheres em situação de vulnerabilidade e extrema pobreza aos exames de rastreamento de câncer de mama e colo de útero, com menos 2,6 mil exames clínicos. É afastar parte do povo brasileiro da possibilidade de acesso à própria cultura, é interromper a prestação de serviços de lazer, de desenvolvimento físico-esportivo e de turismo social em todos os estados. É fechar unidades do Sesc e do Senac em mais de 100 cidades. É cortar mais de 3,6 mil postos de trabalho.
Já o Sesc, com seu trabalho de Turismo Social, promove passeios, excursões e viagens para mais pessoas, movimentando o comércio de locais que têm potencialidades e gerando renda para quem mora nas regiões que recebem os turistas. Além disso, o Sesc dispõe de uma ampla rede de hotéis e leva visitantes às mais diversas regiões do país, alavancando a economia, ajudando a gerar empregos diretos e indiretos em diversas cidades. As instituições mantêm parcerias com empresas e com o setor público e estão presentes em representações da esfera federal, como conselhos e comissões nas áreas que atuam. Discutem políticas públicas e ações afirmativas. Seus orçamentos são elaborados e aprovados por conselhos regionais e nacionais, formados por representantes dos empresários, trabalhadores e governos.
E não se trata apenas de discutir a destinação de um percentual da arrecadação a qualquer outra finalidade, por mais relevante que seja, mas de observar a absoluta inobservância aos princípios de razoabilidade, imparcialidade e respeito à iniciativa privada – requisito fundamental dos grandes marcos civilizatórios deste país. Essa tentativa arbitrária de corte fere gravemente princípios republicanos. Além disso, trata com mediocridade o trabalho de cerca de 70 mil trabalhadores e desmoraliza os mais de 70 anos de atuação em favor de toda a cadeia produtiva do comércio de bens, serviços e turismo no Brasil. Repudiamos a proposta e confiamos na responsabilidade do Congresso Nacional para a promoção da cidadania e da transformação social no país. O nosso compromisso é com o desenvolvimento socioeconômico do Brasil e uma sociedade melhor.
Artigo publicado originalmente no jornal Correio Braziliense, em 11 de maio de 2023.
Desvio de recursos para divulgação do País no exterior pode acabar com unidades de Sesc e Senac em mais de 100 cidades.
Projeto de Lei que destina 5% da contribuição social de empresas acarretaria, também, o fechamento de 31 mil vagas gratuitas de ensino profissional e 7,7 mil da educação básica
Caso sejam mantidos os artigos 11 e 12 do Projeto de Lei de Conversão (PLV) nº 09/2023, que desviam 5% dos recursos das contribuições sociais destinadas pelas empresas do setor terciário ao Serviço Social do Comércio (Sesc) e ao Serviço Nacional de Aprendizagem Comercial (Senac) para a Agência Brasileira de Promoção Internacional do Turismo (Embratur), existe o risco real de fechamento de unidades, desemprego e redução da qualidade reconhecida há 77 anos pelos trabalhadores brasileiros.
A redução do orçamento pode acarretar o encerramento das atividades do Sesc e do Senac em mais de 100 cidades brasileiras. Seriam fechadas 36 unidades do Sesc, com corte de 1.994 empregos e deixariam de ser investidos R$ 121 milhões em atendimentos gratuitos. Também haveria diminuição de 2,6 milhões de quilos de alimentos distribuídas por programas como o premiado internacionalmente Mesa Brasil Sesc, supressão de 2,6 mil exames de saúde e de 37 mil atendimentos em atividades físicas e recreativas. Também haveria o corte de 2 mil apresentações culturais, com público estimado em 14 milhões de pessoas.
No caso do Senac, o desvio seria responsável pelo fechamento de 29 centros de formação profissional, encerramento de 31.115 mil matrículas gratuitas e mais de 7 milhões de horas-aula de cursos reduzidas. O fim das atividades representaria a demissão de 1.623 pessoas, além do fim de 23 laboratórios de formação específica para a área do Turismo. Em recursos destinados a atendimentos gratuitos, o corte seria de R$ 140 milhões.
“A promoção do Brasil no exterior não pode ocorrer em detrimento dos interesses dos trabalhadores do comércio de bens, serviços e turismo e das demandas sociais e educacionais do povo brasileiro”, afirma o presidente da Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo (CNC), José Roberto Tadros. Para ele, o Sistema CNC-Sesc-Senac não pode ser prejudicado porque “as consequências serão sofridas pelos trabalhadores dos diversos segmentos econômicos e pessoas que mais necessitam da garantia do acesso aos serviços básicos e fundamentais previstos em nossa Constituição da República”.
Medida é inconstitucional
A medida, que não foi discutida pela sociedade, retira recursos de cursos profissionalizantes, tão necessários para a melhoria da vida da população, e de serviços sociais que chegam, muitas vezes, a lugares onde o poder público não chega.
Já é entendimento pacificado pelo Supremo Tribunal Federal (STF) que os valores destinados ao Sesc e ao Senac não são recursos públicos e, portanto, devem ser utilizados exclusivamente para o fim o qual está estabelecido na Constituição Federal. A finalidade legal do Sesc é proporcionar programas que contribuam para o bem-estar social e a melhoria do padrão de vida dos comerciários e suas famílias. Somente em 2022, houve 5,4 milhões de pessoas inscritas em atividades como atendimentos médicos, odontológicos e de esporte, além de atividades sociais. E, ainda, 2,4 milhões de brasileiros são atendidos mensalmente pelo programa de combate à fome. Preocupado com a formação integral dos brasileiros, atualmente, há mais de 70 mil crianças e adolescentes matriculados nas escolas Sesc – que oferecem, gratuitamente, educação infantil e ensinos fundamental e médio de excelência reconhecida internacionalmente.
Na mesma linha, o Senac foi criado por lei para organizar e administrar escolas de aprendizagem comercial e manter cursos práticos, de formação continuada ou de especialização para os empregados adultos do comércio. Anualmente, o Senac tem 1,4 milhão de alunos matriculados em educação profissional, sendo 550 mil pessoas atendidas de forma gratuita, com uma oferta de mais de mil cursos de formação inicial e continuada, educação profissional técnica de nível médio, graduação tecnológica e pós-graduação. A qualidade educacional é indiscutível, já que o índice de inserção no mercado de trabalho de pessoas formadas pelo Senac é de 71,5%. De toda a receita líquida da contribuição social destinada ao Senac pelos empresários brasileiros, 66,67% são aplicados diretamente em vagas gratuitas de ensino.
Turismo de base comunitária: Quilombolas da Comunidade Mumbuca – Expedição Jalapão
Na área do Turismo, Sesc e Senac são referência internacional. Anualmente, o Senac promove a capacitação de aproximadamente 150 mil profissionais para a cadeia produtiva do turismo, com 30 cursos livres específicos, além de centenas de cursos para atuação no segmento de bares e restaurantes, por exemplo. O Sesc é pioneiro do Turismo Social no Brasil, democratizando o acesso do público a este tipo de lazer. Em 2022, o Sesc teve 526 mil pessoas hospedadas em suas unidades hoteleiras, muitas delas atendidas por outros programas do serviço, como os voltados à terceira idade.
O presidente do Sistema CNC-Sesc-Senac lembra que a possibilidade de retirar recursos de instituições que realizam um trabalho de comprovada e reconhecida qualidade não somente na formação e qualificação técnica dos trabalhadores, mas também na oferta e promoção do turismo para milhões de brasileiros é um retrocesso aos direitos dos trabalhadores do comércio e de seus familiares. “O Sistema CNC-Sesc-Senac repudia a proposta e confia na responsabilidade do Congresso Nacional para com os trabalhadores para evitar os prejuízos que afetam, direta e indiretamente, toda a sociedade. A medida, se concretizada, viola princípios constitucionais em relação aos quais tomaremos todas as medidas cabíveis para buscar a garantia da lei e do interesse maior da população brasileira”, enfatiza Tadros.
Números dos prejuízos à população
As perdas de 5% para o serviço social no Brasil proporcionado pelo Sesc representam:
• menos R$ 121 milhões aplicados em atendimentos gratuitos; • redução de 2,6 milhões de quilos de alimentos distribuídos; • menos 2,6 mil exames clínicos; • queda de 7,7 mil matrículas em educação básica; • redução de 37 mil atendimentos em atividades físicas e recreativas; • menos 2 mil apresentações culturais com público de 14 milhões; • fechamento de 36 unidades; • corte de 1.994 postos de trabalho; e • encerramento de atividades em 101 municípios.
As perdas de 5% para a educação profissional no Brasil representam:
• queda de 7 milhões de horas-aula gratuitas; • perda de 31.115 matrículas gratuitas; • fechamento de 29 centros de formação profissional; • fechamento de 23 laboratórios em turismo; • corte de 1.623 postos de trabalho; e • encerramento de atividades em 95 municípios.
O Sesc abre portas para um mundo de possibilidades a todos da comunidade de onde está presente. Porém, ainda existem muitas dúvidas sobre quem tem direito à Credencial Sesc.
Esse guia completo pretende sanar todas essas dúvidas e garantir que você e sua família tenham acesso aos cursos, apresentações culturais, colônias de férias, atividades esportivas, serviços de saúde, excursões, entre outros oferecidos pelo Sesc.
Apesar das informações sobre a Credencial do Sesc estar disponível para os trabalhadores do comércio de bens e serviço, muitos pedem que esse ponto seja mais esclarecido. Porém, antes de nos aprofundarmos, é preciso falar sobre a diferença entre as credenciais disponíveis na instituição, conforme a seguir:
Logo, as empresas que dão direito à Credencial Plena do Sesc pertencem aos seguintes setores:
E os dependentes que têm direito se enquadram nos seguintes requisitos:
Então, sim, os aposentados dos setores de comércio de bens e serviços têm direito a Credencial Plena do Sesc e devem apresentar a carteira de trabalho com registro de aposentadoria, carta de concessão e espelho bancário no momento da emissão do documento.
É possível fazer a credencial Sesc na unidade mais próxima à sua residência. Contudo, em algumas localidades é necessário agendar a realização do serviço anteriormente. Consulte aqui se esse é o seu caso e tenha em mãos a seguinte documentação na ocasião:
Com as seguintes observações:
Esse documento tem validade de até 2 anos a partir da emissão e, para renová-lo, o titular deve ir a uma unidade e apresentar a mesma documentação de quando fez a primeira via. Lembre-se de verificar se existe a necessidade de apresentar documentos adicionais.
As informações sobre a programação específica de cada unidade do Sesc podem ser encontradas na página oficial de cada Estado através do link.
Desde a sua criação, o objetivo do Sesc é promover o bem-estar social e a melhoria da qualidade de vida dos trabalhadores do comércio de bens, serviços e turismo, bem como de seus familiares e da comunidade em geral. O Sesc está presente em todos os estados do país. E para potencializar essa capilaridade e ofertar nossos serviços à comunidades que possam ter alguma dificuldade de acesso a eles, criamos as Unidades Móveis, veículos adaptados com objetivo de circular por diversas localidades a fim de fornecerá população serviços gratuitos e de qualidade.
As maiores frotas de unidades móveis são as do OdontoSesc, que presta atendimento odontológico e ações de saúde bucal, do BiblioSesc, que circula com acervo de livros e periódicos para empréstimo gratuito, e do Sesc Saúde Mulher, que atua no rastreamento do câncer de mama e de colo de útero. Porém, ocasionalmente outros serviços também são oferecidos, devido à especificidades de cada local.
Segundo a OMS, 45% da população mundial possui algum tipo de doença bucal, sendo a cárie a principal causadora dessas enfermidades. O papel do OdontoSesc é conscientizar as pessoas sobre a importância de ter a higiene bucal em dia, a fim de ter um organismo saudável, visto que a falta de saúde oral também pode ocasionar doenças cardiovasculares e pneumonia. O Sesc disponibiliza de 59 unidades móveis (dados de 2022), cujos trajetos são planejados de forma a alcançar comunidades com pouco acesso à serviços odontológicos.
A equipe que atende o público nessas unidades é composta, em geral, por cirurgião-dentista, auxiliar e/ou técnico de saúde bucal, educador em saúde, recepcionista, auxiliar de serviços gerais e técnico de manutenção da unidade móvel. Os veículos são adaptados para atender o público de forma eficaz e com todo o conforto necessário. Eles possuem cadeiras odontológicas, equipamento de raio-X, além de uma sala para esterilização dos materiais usados.
Nas clínicas móveis do Sesc, os pacientes têm acesso a tratamentos como profilaxia (limpeza), remoção de cálculo (tártaro), aplicação de flúor, restaurações e exodontia (extração dentária). Os casos mais complexos identificados pela equipe são encaminhados para o Centro de Especialidades Odontológicas (atendimento do SUS) mais próximo.
Com o objetivo de incentivar o hábito da leitura à sociedade, o Sesc conta o BiblioSesc, que tem um acervo de mais de 3 mil obras com temas variados para o público escolher. Essas unidades geralmente atendem localidades onde não existem bibliotecas ou com pouco acesso à livros. O público tem a possibilidade de fazer empréstimos por até 15 dias.
Além desses empréstimos, o público pode participar de bate-papos com autores, integrar clubes de leitura e outras atividade, que possuem objetivo de engajar a audiência no quanto é bom ler para expandir horizontes.
O objetivo das clínicas móveis do Sesc Saúde Mulher é realizar ações educativas com o propósito de conscientizar a população feminina acerca da importância de manter os exames preventivos em dia, especialmente de câncer de mama e câncer de colo de útero.
O público-alvo é formado por mulheres com idade entre 25 e 69 anos, em geral, mas aberto a . Todas as profissionais que compõem a equipe das unidades móveis se formaram no Hospital de Amor (antigo Hospital de Câncer de Barretos).
As clínicas móveis contam com duas salas: uma equipada com o mamógrafo digital para a realização desses exames voltados para mulheres entre 50 e 69 anos e outra com uma cama ginecológica para a coleta do exame preventivo (Papanicolau) para mulheres entre 25 e 64 anos.
Além de atuar como sala de espera, a parte externa dos caminhões adaptados também é o palco de ações educativas que possuem o objetivo de levar conhecimento sobre prevenção à violência de gênero e prevenção de infecções sexualmente transmissíveis (IST) às mulheres e familiares que tiverem interesse em participar dessas conversas.
As unidades móveis do Sesc têm como objetivo levar os benefícios e serviços oferecidos pela instituição a um público mais amplo e diversificado, incluindo comunidades rurais, periféricas e outras localidades que podem não ter uma infraestrutura adequada para a oferta de atividades e serviços. Devido às especificidades locais, alguns estados adaptam as unidades móveis para as suas realidades.
Essas unidades são equipadas com salas de aula, bibliotecas, auditórios, palcos, espaços para prática esportiva, equipamentos para realização de exames médicos e atividades de promoção da saúde, entre outros recursos. O atendimento é realizado por equipes especializadas do Sesc, que realizam atividades culturais, educacionais, esportivas e de saúde, contribuindo para a promoção da cidadania e o desenvolvimento humano das comunidades atendidas.
Para saber qual a programação da unidade móvel do Sesc mais próxima de você, lembre-se de ficar atento ao site ou redes sociais oficiais da instituição no seu estado!
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